Mãe é presa após matar filhos e esconder corpos durante 15 dias, no Paraná

mãe filhos

Uma mulher de 31 anos foi presa no último sábado, 27, suspeita de matar os filhos de três e 10 anos dentro de um apartamento em Guarapuava, região central do Paraná. Os corpos das crianças foram encontrados em cima da cama em um quarto do imóvel. 

Mãe confessou o crime 

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Ana Hass, a mulher confessou o crime e contou que havia matado as crianças há cerca de 15 dias. Ainda de acordo com ela, o menino de três anos havia sido asfixiado por um travesseiro no dia 13 de agosto enquanto a filha de 10 teria sido dopada com calmante e enforcada por um cachecol, no dia 17.

Questionada sobre a motivação do crime, a suspeita comentou que passou por uma espécie de surto há 15 dias e que, por isso, teria acabado matando os filhos. Ela também contou que por diversas vezes tentou cometer suicídio. 

”Ela citou que estava deveras cansada, não aguentava mais cuidar das crianças. O pai da menina já é falecido, e disse que pai do mais novinho não acompanhava a criação”, explicou a delegada ao jornal RPC. 

Em depoimento na delegacia, o pai da criança de 3 anos confessou que prestava todo o apoio à mulher além de pegar a pensão corretamente, mas ela dificultava o acesso do homem ao filho. 

“O pai confirmou que vinha pagando a pensão de forma correta, que era descontado em folha pelo próprio banco em que ele é colaborador. Ele também disse que, ao contrário do que a mulher alegou, ele tinha bastante dificuldade em acessar a criança, posto que ela não liberava muito o acesso, impunha muitas condições. Aparentemente, ela bloqueou o contato com o pai da criança e com os próprios familiares dela também”, contou a delegada.

À polícia aguarda agora um laudo sobre as condições psicológicas da mulher, além de laudos do Instituto Médico Legal (IML) das crianças e da própria suspeita para analisar as supostas autolesões.

A mulher foi presa em flagrante pelos crimes de ocultação de cadáver e fraude processual. Ela também deve responder por homicídio.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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