Mãe e três filhas são encontradas mortas dentro de casa em Mato Grosso

Mãe e três filhas são encontradas mortas dentro de casa em Mato Grosso

Uma mãe, de 46 anos, e três filhas foram encontradas mortas dentro da casa onde moravam em Sorriso, no interior do Mato Grosso, na última segunda-feira, 27. Os corpos foram encontrados pela Polícia Militar, após vizinhos notarem o sumiço das vítimas durante o final de semana e acionarem a corporação.

O crime teria ocorrido na última sexta-feira, 24, mas os corpos foram encontrados apenas três dias depois. O Corpo de Bombeiros foi responsável por entrar na casa e encontrar o corpo da mãe e da filha mais velha no corredor do imóvel. As outras filhas, de 13 e 10 anos, estavam em um quarto da casa com sinais de asfixia.

As vítimas foram identificadas como Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, 13 anos, e Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos. Três delas estavam nuas e a suspeita é que tenham sofrido abuso sexual.

“Várias das vítimas tinham perfurações de faca. Com certeza, tentaram se defender. Quando estávamos procurando o acesso para entrar na casa, estávamos pensando em arrombar a porta principal, mas uma janela já estava arrombada”, disse o sargento do Corpo de Bombeiros.

Suspeito do crime era procurado pela polícia

Durante as investigações, o funcionário de uma obra vizinha à casa da família foi preso suspeito de cometer os crimes. A polícia chegou até nele após uma perícia encontrar marcas de chinelo no piso, que estava manchada de sangue, na casa das vítimas e que se assemelhava com o chinelo usado pelo homem.

Gilberto Rodrigues dos Anjos foi levado à delegacia de Sorriso e admitiu ter entrado na casa das vítimas após ter realizado o uso de entorpecentes. Ele afirmou ter entrado pela janela do banheiro e que tinha como objetivo roubar a casa, mas foi confrontado pela mãe das meninas e passou a ter uma discussão com ela.

A filha mais velha teria saído do quarto para socorrer a mãe e foi atacada com uma faca pelo suspeito. As outras duas menores foram mortas logo em seguida.

Após cometer os crimes, ele teria saído pela mesma janela que entrou e voltou para a obra onde trabalhava. Lá, Gilberto retirou as roupas sujas de sangue e as guardou em um contêiner, onde as peças foram encontradas posteriormente junto com roupas íntimas das vítimas.

Ainda durante as investigações, foi descoberto que Gilberto possui histórico de violência doméstica e era procurado pela Justiça pelo crime de crime sexual, em Lucas do Rio Verde (MT), e latrocínio, em Mineiros (GO).

Ele foi levado até a Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, onde está detido provisoriamente. A polícia investiga para saber se há mais pessoas envolvidas no crime.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp