Mãe se muda para o Paraguai para procurar filho que estudava Medicina no país e
desapareceu: ‘Não encontrar pistas me desespera’
Antonio Augusto Streski Manjinski é de Ponta Grossa, no Paraná, e está
desaparecido desde 2022. Mãe dele, Isabel Streski, alega que não teve apoio das
autoridades e, por isso, faz investigações sozinha.
Paranaense se muda para o Paraguai para procurar filho que desapareceu no país
4 de outubro de 2022 é a data que mudou completamente a vida da paranaense
Isabel Streski. Foi nesse dia, há dois anos e quatro meses, que o filho dela,
Antonio Augusto Streski Manjinski, desapareceu no Paraguai, onde estudava Medicina.
Sem ter respostas da polícia sobre o paradeiro do jovem, cujo sumiço não deixou
pistas, a mulher decidiu fazer a própria investigação e mudou para o país
vizinho – onde mora até hoje.
Além de se dedicar a encontrar o próprio filho, ela usa a experiência que vem
adquirindo nas buscas para ajudar pessoas que passam por situações semelhantes.
Ao DE, Isabel contou ter criado uma associação para famílias de desaparecidos e disse que já auxiliou a encontrar 83 pessoas – enquanto continua buscando pelo filho.
Antonio Augusto Streski Manjinski é paranaense e está desaparecido no
Paraguai. — Foto: Arquivo Pessoal
Antonio Augusto Streski Manjinski é paranaense e está desaparecido no Paraguai.
— Foto: Arquivo Pessoal
Antonio Augusto é natural de Ponta Grossa, cidade dos
Campos Gerais do Paraná, e tinha 25 anos quando sumiu na cidade de Mariano Roque
Alonso, na região metropolitana da capital Assunção, onde morava. Ele estava no
último ano de graduação na Universidad María Auxiliadora (Umax) e residia no
país desde 2016. Relembre detalhes mais abaixo.
À época, Isabel reportou o caso ao Ministério das Relações Exteriores, o
Itamaraty. Ela acredita que o filho foi alvo de um crime, mas as investigações –
tanto dela, quanto da polícia – nunca chegaram a nenhum suspeito ou indício
concreto do que pode ter acontecido com o jovem.
Segundo o Itamaraty, em casos de desaparecimento de cidadãos brasileiros no
exterior, cabe aos consulados “apoiar familiares e representantes jurídicos na
busca por informações que ajudem na elucidação dos fatos e na localização do
desaparecido, respeitando-se as normas locais”.
No caso de Antonio Augusto Streski Manjinski, quatro dias após o desaparecimento
o Ministério Público do Paraguai divulgou um cartaz com um alerta de buscas,
pedindo apoio de denúncias sobre o paradeiro do jovem.
No comunicado, o órgão também disse que comunicou a Polícia Nacional do país,
pedindo por investigações.
Isabel Streski afirma que desde que o filho dela desapareceu, ela entrou em
contato com o Itamaraty, pedindo apoio do governo brasileiro nas investigações.
Para ela, a ajuda se mostrou uma vocação.
23 de fevereiro é o dia do aniversário de Antonio Augusto. Em 28 anos, será o
terceiro que não será comemorado pela família. Para Isabel, o que mais dói é não ter certeza do que aconteceu com o filho.