Mãe que teve corpo de bebê trocado em hospital diz que não acreditou quando
soube do erro: ‘Achei que fosse uma confusão’
Bebês foram trocados após terem a morte confirmada depois do parto, conforme
informado no boletim de ocorrência. Segundo a família, um dos corpos chegou a
ser enterrado.
Uma das mães que teve o corpo do seu bebê trocado
no Hospital Estadual de Águas Lindas de Goiás Ronaldo Ramos
Caiado Filho (HEAL), no Entorno do Distrito Federal, disse que não acreditou
quando soube do erro. Em entrevista à TV Anhanguera, ela contou que recebeu uma
ligação da Polícia Científica a notificando de que precisaria realizar um exame
de DNA, mas que não respondeu.
> “Eu não dei retorno, porque eu achei que fosse uma confusão. Aí depois a
> Polícia Civil foi lá em casa, e falou pra mim que meu filho tinha sido
> enterrado e eu precisava comparecer na delegacia, mas o hospital não comunicou
> nada, em momento algum”, relatou.
O caso ocorreu na última semana do mês de março quando o hospital atendeu as
duas mulheres grávidas. Os bebês foram trocados após terem a morte confirmada
depois do parto, conforme informado no boletim de ocorrência.
Ao DE [DE], o HEAL reiterou que a equipe da unidade
informou aos familiares e autoridades sobre a troca e que prestou todas as
informações necessárias. O hospital pontuou ainda que ofereceu “acolhimento e
apoio psicossocial com total zelo e transparência”.
Em nota enviada na sexta-feira (11), a direção havia destacado que abriu um
processo administrativo para “correção de protocolos e revisão dos processos
para casos semelhantes visando o aprimoramento contínuo que garanta a excelência
no atendimento” (leia o pronunciamento completo ao final do texto).
Para a TV Anhanguera, os advogados de defesa das mães, Daniel Kaefer e
Idelbrando Mendes, ressaltaram que o caso é uma “falha de prestação de serviço
pelo Estado”.
> “Uma das mães conseguiu enterrar o seu filho, e a outra, por condições
> financeiras, ainda não tinha feito. E agora uma mãe vai ter que sofrer de novo
> o luto de enterrar o seu filho. E a outra simplesmente não sabe onde está o
> seu bebê”, mencionou Idelbrando Mendes.
DE O CASO
DE acordo com o boletim de ocorrência, no dia 21 de março, uma das mães, de 25
anos, chegou ao hospital, onde deu à luz a um bebê de 20 semanas, que morreu
após o parto, “devido à prematuridade extrema”.
Quatro dias depois, no dia 25, a outra gestante, de 36 anos, deu entrada na
unidade, onde o seu bebê foi identificado como um natimorto de 26 semanas.
Quando a primeira mãe foi à unidade para retirar o corpo do filho, a equipe
Assistencial do Centro Obstétrico do hospital entregou o feto errado. Ainda
segundo a ocorrência, o erro foi percebido pelo hospital no dia 27, mas o corpo
já havia sido enterrado.
Uma familiar relatou que o bebê foi enterrado no dia 26, por volta das 09h30 da
manhã, no Cemitério de Águas Lindas.