A raça e a graça de ser mãe em pleno período da adolescência

Pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU), feita em 2010 em todo o mundo, revela que 300 mil crianças nascem de mães com idade entre 12 e 17 anos no Brasil. No mundo todo; 7,3 milhões de mulheres na adolescência se tornam mães a cada ano, sendo que 2 milhões são menores de 15 anos. Uma das conclusões da pesquisa é a de que a maioria das mães adolescentes acaba abandonando os estudos, o que aumenta o risco de desemprego e de dependência econômica dos familiares.

A estudante Sophia Bonatti, de 18 anos, foi mãe aos 17 anos. Ela desafia as estatísticas e continua os estudos, devendo concluir o último ano do Ensino Médio este ano. Ela quer cursar Direito e investir na área de beleza, trabalhando com unhas de fibra. “Hoje minha maior preocupação é dar estudo, saúde e alimentação de qualidade para o meu filho”.

Sophia tomava anticoncepcionais, mas com três meses de namoro descobriu que havia engravidado. “Foi complicado. Tive de entender todo o processo, o que estava acontecendo. Minha mãe demorou a cair a ficha, mas acabou aceitando e me apoiando. Com o meu pai, foi a mesma coisa”.

Ela ainda viveu com o pai da criança até o 5º mês de gravidez, mas as brigas eram constantes por causa do estresse da gestação e das mudanças que ela provoca. “Resolvi terminar e ser mãe solo”. Ela conta que o pai do menino procura pouco o filho e acha isso ruim para o bebê, que vai crescer sem a referência da presença masculina. André Luiz está com 8 meses.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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