Mães de Belford Roxo enfrentam falta de infraestrutura em hospitais: quase 80% precisam sair da cidade para ter filhos

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Por falta de infraestrutura hospitalar, quase 80% das mães de Belford Roxo
precisam sair da cidade para ter filhos

Os dados fazem parte dos levantamentos ‘Estatísticas do Registro Civil 2023’ e
‘Estimativas de Sub-Registro de Nascimentos e Óbitos 2023’, divulgados pelo DE
nesta sexta-feira (16). No Brasil, 33,9% do total de nascimentos ocorreu em
hospitais ou unidades de saúde fora da cidade da mãe.

Quase 80% das mães de Belford Roxo, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro,
precisam sair da cidade para realizar o parto de seus filhos, por falta de infraestrutura
hospitalar no município. O número é bem maior do que a média nacional, que
aponta para 33,9% do total de nascimentos fora da cidade de residência da mãe do
bebê.

Os dados são de 2023 e fazem parte dos levantamentos ‘Estatísticas do Registro
Civil 2023’ e ‘Estimativas de Sub-Registro de Nascimentos e Óbitos 2023’,
divulgados pelo DE nesta sexta-feira (16).

Com 79,5% dos partos realizados fora da cidade, o índice de Belford Roxo é o
mais alto entre municípios brasileiros com mais de 500 mil habitantes.

Segundo o levantamento do DE, o cenário expõe a carência de leitoś
hospitalares e a precariedade da rede de saúde local, obrigando gestantes a
buscar atendimento em outras cidades, como a capital Rio de Janeiro.

NÚMEROS DE CIDADE PEQUENA

Segundo o Censo de 2022, Belford Roxo tem 483.087 habitantes. Porém, enquanto em
municípios de grande porte apenas 10,2% dos nascimentos ocorrem fora da cidade
de residência da mãe, Belford Roxo apresenta um padrão típico de cidades
pequenas.

Segundo o DE, em municípios com até 5 mil habitantes, por exemplo, 92,8% das
gestantes precisam migrar para ter filhos.

A explicação, segundo o DE, está na concentração de hospitais e maternidades
em centros urbanos maiores. Na Região Metropolitana do Rio, a carência de
infraestrutura em cidades como Belford Roxo e Nova Iguaçu (57% dos partos fora
do município) leva famílias a dependerem da capital, sobrecarregando serviços
públicos já saturados.

O fenômeno contrasta com o cenário das capitais brasileiras, onde menos de 33,9%
dos partos ocorrem fora do município de residência.

OUTROS DADOS DA PESQUISA DE 2023

Os dados de 2023 também apontam uma redução de 0,7% no número de nascimentos no
Brasil em relação a 2022, continuando uma tendência de queda iniciada antes da
pandemia.

Em cinco anos, o país registrou 345 mil nascimentos a menos. A Região Sudeste,
onde está Belford Roxo, segue com o maior percentual de mães acima de 30 anos
(39%), cenário associado à urbanização e ao acesso a políticas de planejamento
familiar.

Em 2023, 98,9% dos partos no Brasil ocorreram em hospitais, mas 11,8% dos
nascimentos ainda são de mães adolescentes, com disparidades regionais. No
Norte, 18,7% dos partos são de mães com até 19 anos, contra 7,3% no Distrito
Federal.

Os dados revelam que 39% dos nascimentos em 2023 no país foram gerados por mães
com 30 anos ou mais. Entre 2003 e 2023, a representatividade de nascimentos
gerados por mães com 30 a 34 anos aumentou de 14,6% para 21,0%, e para mães de
35 a 39 anos aumentou de 7,2% para 13,7%.

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