Mães solo se dividem entre o sustento e dar atenção e cuidado aos filhos

O sonho de ser mãe sempre fez parte da vida da professora Lorrayne Rabelo, de 33 anos. Aos 23 anos, ficou grávida. O namorado queria manter o relacionamento, mas Lorraine achou melhor ser mãe solo, apesar dos muitos desafios, como conciliar o trabalho nas duas escolas, levar o filho para o colégio e às consultas médicas, além da rotina diária. Ainda assim, diz: “Optei por criar meu filho sozinha”.

Kauã Henrique está com 10 anos e Lorrayne acaba de ser mãe novamente. O pequeno Luan completou 11 dias na terça-feira, 3. A história se repetiu. “A primeira vez foi minha opção ser mãe solo, mas, desta segunda vez, eu estava namorando. A gente conversava sobre ter filhos. Ele dizia que era o sonho dele ser pai. Quando engravidei, ele acabou me abandonando”, contou.

Lorrayne conta que não teme criar os dois filhos sozinha. “Deus me deu força até aqui. Vai me ajudar a criar meu outro filho também”. Mãe solo, segundo definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é a mulher que é responsável por cuidar dos filhos, além de ter que conciliar trabalho e a garantia da parte financeira da família. Atualmente, existem mais de 11 milhões de mães solo no Brasil.

Aprovação

Filha de funcionários públicos, Ana (nome fictício), descobriu a gravidez aos 18 anos. Os pais, evangélicos,  arrumaram o casamento rápido da moça, que acabou tendo duas filhas ao longo de quase três anos de casamento. O marido a abandonou quando ela estava grávida da caçula e a mais velha tinha pouco mais de 1 ano. Ana disse que desde a descoberta da gravidez a busca pela aprovação dos pais, parentes e amigos foi a parte mais difícil.

Ela revelou ao Diário do Estado que não queria se casar, mas cedeu às exigências dos pais. E acabou decepcionada com os rumos do casamento e com o abandono. A jovem, hoje, faz curso de Ciências Contábeis à distância, assistindo as aulas geralmente à noite e começou a trabalhar em meio expediente, quando as crianças ficam com a avó.

Ela mora em uma casa anexa, nos fundos de onde vivem os pais. “Agora já consigo pagar minhas contas e dar o necessário para minhas filhas. Não quero mais relacionamento com ninguém. Pelo menos por enquanto”. As meninas estão com 4 e 5 anos e já frequentam o CMEI no bairro onde moram, em Goiânia.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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