Maia reafirma que levará pacote anticrime diretamente para votação no Plenário

Foto: Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reafirmou o compromisso de levar o pacote anticrime, proposto pelo ministro Sérgio Moro, diretamente para votação no Plenário da Câmara. “Eu prometi ao ministro que não haveria comissão especial para não atrasar a tramitação da proposta”, afirmou.

O pacote é analisado por um grupo de trabalho que pode concluir hoje o texto final. “O grupo vai fechar texto e vai para Plenário como relatório. Quem não estiver satisfeito pode fazer destaque para recuperar o que foi retirado pelo relator. Será um debate democrático e transparente”, completou Maia.

Ele voltou a classificar o excludente de ilicitude – como é conhecido ato praticado por policial que alega legítima defesa – de “perigoso” e pediu “muito cuidado” com redação do dispositivo. “As polícias têm que trabalhar mais na prevenção, com inteligência e de forma integrada, para que não signifique perda de vidas”.

Ele citou como exemplo a política praticada durante a vigência das Unidades de Polícias Pacificadoras (UPPs) que cercaram comunidades, como do Alemão e da Maré, para evitar entrada de armas e drogas. “Política inteligente, não se trocou um tiro”, declarou.

Para Rodrigo Maia, a política de segurança nunca deve ser a de incentivar a violência policial. “A política de integração entre estados e União precisa ter prosseguimento, uma política que trabalhe mais evitando conflitos”, falou, lembrando a aprovação pelo Congresso na legislatura passada do Sistema Único de Segurança Pública.

Agência Câmara Notícias

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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