Maio Amarelo: Faltam faixas de pedestre em vias importantes de Goiânia

Maio Amarelo: Faltam faixas de pedestre em vias importantes de Goiânia

O uso da faixa por pedestres e o respeito ao uso da faixa é o tema da campanha que a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) de Goiânia faz este ano durante o Maio Amarelo, um movimento internacional que visa conscientizar para a redução de acidentes de trânsito. Acidentes com pedestres – na faixa e fora dela, ficaram em segundo lugar no ranking de vítimas de acidentes de trânsito no ano passado, perdendo apenas para aqueles envolvendo motociclistas. A campanha tem a meta, segundo o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, de diminuir em 50% o número de vítimas em todo o país. Apesar do lema: “Eu respeito a faixa, eu respeito a vida: pratique no trânsito”, adotado pela SMM, quem sai pela cidade enfrenta um desafio: a falta da sinalização em vias importantes da cidade.

A Prefeitura de Goiânia tem um cronograma de ações em diferentes regiões da cidade especificamente para a instalação da sinalização vertical (placas) e horizontal (faixas, entre elas a de pedestres), mas o montante de obras de recapeamento e do BRT tem impedido que a sinalização seja concluída no mesmo tempo que a obra. Segundo o secretário Horário Melo, da SMM, a liberação das vias após a execução dos serviços é muito rápida, “quase que imediatamente”, o que representa um “tempo muito pequeno entre o final da execução e a liberação”, mas que a SMM tem executado os serviços de sinalização das vias conforme cronogramas pré-estabelecidos semanalmente. Se surgir algum imprevisto, lembra o secretário, o cronograma pode ser modificado. “Estamos dentro das possibilidades, buscando atender todas regiões de Goiânia”, disse.
Segundo ele, o atraso na sinalização deve-se ao fato das obras de requalificação do asfalto em várias regiões de Goiânia terem começado há sete meses e nessa época o serviço era feito apenas pela equipe da SMM. Atualmente outras duas empresas são responsáveis pela instalação das sinalizações horizontal e vertical nas ruas e avenidas de Goiânia.

BRT
Perguntado sobre ruas e avenidas importantes, como da Avenida 84, no Setor Sul, onde inexistem faixas contínuas e de pedestres na via ou em seus cruzamentos, o secretário explicou que a sinalização dos locais onde o BRT vai passar é de responsabilidade da empresa contratada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra).A obra, que liga as regiões Norte e Sul de Goiânia, entre os Terminais Recanto do Bosque e Isidória, no Setor Pedro Ludovico, tem a previsão de ser entregue à população até outubro deste ano. Segundo nota da Seinfra divulgada esta semana, “estão em andamento as obras do Terminal Isidória, do Viaduto e Terminal da Perimetral, e o trecho de corredor da Avenida Goiàs entre a Avenida Anhanguera e a Praça Cívica, além da Praça Cívica. Faltam concluir as 31 estações, 21 em fase de abacamento e as do Centro ainda a iniciar (dependendo do Iphan). As calçadas estão cerca de 70% feitas, sendo realizadas agora também as instalações de piso podotátil, conforme norma de acessibilidade”. A nota não fala da sinalização das vias, mas o serviço consta do contrato, portanto, a conclusão da obra só pode ser considerada com a sinalização completa.

 

EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO
Dentro da campanha Maio Amarelo, a Prefeitura de Goiânia divulgou que tem intensificado os serviços de sinalização na capital, principalmente onde faixas estão apagadas e em vias que foram recapeadas, conforme cronograma de implantação da nova sinalização nas quatro regiões da cidade. O trabalho é feito de manhã e de noite.O prefeito Rogério Cruz disse que sua administração sabe da importância que é uma sinalização nova e adequada para motoristas e, principalmente, para pedestres. “Não adianta ter o asfalto novo e não ter uma sinalização compatível. Por isso, ampliamos o trabalho da nossa equipe para entregar em menor tempo possível esse serviço”, afirmou.

A prioridade em faixas de pedestres faz parte da resolução do Contran para o Maio Amarelo deste ano, que em seu material de divulgação explica que a “campanha é voltada à utilização das passarelas, faixas elevadas e faixas de pedestres, alertando os condutores para o respeito às sinalizações e cuidados com os vulneráveis no trânsito, colocando a palavra responsabilidade com destaque para todos os atores sociais envolvidos”.

*Rosana Melo, especial para o Diário do Estado

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Preconceito e discriminação atingem 70% dos negros, aponta pesquisa

Sete em cada dez pessoas negras já passaram por algum constrangimento por causa de preconceito ou discriminação racial. O dado é de pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Locomotiva e pela plataforma QuestionPro, entre os dias 4 e 13 de novembro.

Os sentimentos de discriminação e preconceito foram vividos em diversas situações cotidianas e são admitidos inclusive por brancos. Conforme a pesquisa, a expectativa de experimentar episódios embaraçosos pode tolher a liberdade de circulação e o bem-estar de parcela majoritária dos brasileiros.

Os negros, que totalizam pretos e pardos, representam 55,5% da população brasileira – 112,7 milhões de pessoas em um universo 212,6 milhões. De acordo com o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20,6 milhões (10,2%) se autodeclaram “pretos” e 92,1 milhões (45,3%), “pardos”.

O levantamento do Instituto Locomotiva revela que 39% das pessoas negras declararam que não correm para pegar transporte coletivo com medo de serem interpeladas. Também por causa de algum temor, 36% dos negros já deixaram de pedir informações à polícia nas ruas.

O constrangimento pode ser também frequente no comércio: 46% das pessoas negras deixaram de entrar em lojas de marca para evitar embaraços. O mesmo aconteceu com 36% que não pediram ajuda a vendedores ou atendentes, com 32% que preferiram não ir a agências bancárias e com 31% que deixaram de ir a supermercados.

Saúde mental

Tais situações podem causar desgaste emocional e psicológico: 73% dos negros entrevistados na pesquisa afirmaram que cenas vivenciadas de preconceitos e discriminação afetam a saúde mental.

Do total de pessoas entrevistadas, 68% afirmaram conhecer alguém que já sofreu constrangimento por ser negro. Entre os brancos, 36% admitem a possibilidade de terem sido preconceituosas contra negros, ainda que sem intenção.

Para o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, os dados apurados indicam “a necessidade urgente de políticas públicas e iniciativas sociais que ofereçam suporte emocional e psicológico adequado, além de medidas concretas para combater o racismo em suas diversas formas”.

Em nota, Meirelles diz que os números mostram de forma explícita que a desigualdade racial é uma realidade percebida por praticamente todos os brasileiros. “Essa constatação reforça a urgência de políticas públicas e ações efetivas para romper as barreiras estruturais que perpetuam essas desigualdades e limitam as oportunidades para milhões de pessoas negras no Brasil.”

A pesquisa feita na primeira quinzena deste mês tem representatividade nacional e colheu opiniões de 1.185 pessoas com 18 anos ou mais, que responderam diretamente a um questionário digital. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.

Racismo é crime

De acordo com a Lei nº 7.716/1989, racismo é crime no Brasil. A lei batizada com o nome do seu autor, Lei Caó, em referência ao deputado Carlos Alberto Caó de Oliveira (PDT-BA), que morreu em 2018. A lei regulamenta trecho da Constituição Federal que tornou o racismo inafiançável e imprescritível.

A Lei nº 14.532, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, aumenta a pena para a injúria relacionada a raça, cor, etnia ou procedência nacional. Com a norma, quem proferir ofensas que desrespeitem alguém, seu decoro, sua honra, seus bens ou sua vida poderá ser punido com reclusão de 2 a 5 anos. A pena poderá ser dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas. Antes, a pena era de 1 a 3 anos.

As vítimas de racismo devem registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil. É importante tomar nota da situação, citar testemunhas que também possam identificar o agressor. Em caso de agressão física, a vítima precisa fazer exame de corpo de delito logo após a denúncia e não deve limpar os machucados, nem trocar de roupa – essas evidências podem servir como provas da agressão.

Nesta quarta-feira, 20, o Dia de Zumbi e da Consciência Negra será, pela primeira vez, feriado cívico nacional.

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