A maior obra de alargamento de praia do Brasil terá início na segunda-feira (20), com o desafio de remover mais de 12 milhões de metros cúbicos de areia do fundo do mar e depositar metade desse material na orla de Itapoá, no Litoral Norte de Santa Catarina. Os sedimentos serão captados a incríveis 16 metros de profundidade, de acordo com os responsáveis pelo serviço. Para realizar essa obra sem precedentes no país, uma draga impressionante de 170 metros de comprimento será utilizada para encher a cisterna interna e transportar a areia por uma tubulação de 400 metros até as praias que passarão pelo processo de engorda.
A direção de Operações do Porto de São Francisco, no Norte catarinense, afirma que essa será a maior obra de alargamento de praia do Brasil em extensão. Com 8 km de comprimento, a intervenção beneficiará uma faixa de areia que poderá atingir até 200 metros de largura. A obra está sendo realizada pelo Porto de São Francisco do Sul, em parceria com o Porto e a prefeitura de Itapoá, que serão diretamente beneficiados por essa megaobra. Com a remoção da areia do canal da Baía da Babitonga, navios maiores poderão transitar pela região e atracar nas estruturas portuárias.
A inauguração dessa grandiosa obra está marcada para as 14h de segunda-feira, e há mais de uma semana os técnicos estão trabalhando na montagem dos equipamentos necessários. A previsão é que tudo esteja concluído até o segundo semestre de 2026. Todo o processo de bombeamento da areia do canal até a superfície do mar será feito a uma profundidade de 16 metros, levando cerca de 2 minutos para ser concluído. A draga Galileo Galilei tem a incrível capacidade de armazenar 18 mil metros cúbicos de areia por vez.
A obra envolve uma parceria entre o governo estadual e a iniciativa privada, com o objetivo de remover 12,5 milhões de metros cúbicos de areia do fundo da Baía da Babitonga. Dessa quantidade, 6,4 milhões serão depositados na orla de Itapoá, que enfrenta problemas de erosão provocados pelo mar. O restante da areia será levado para uma área de descarte em alto-mar, conhecida como “bota-fora”. A draga utilizada nesse projeto é a mesma que foi empregada nos trabalhos de alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú, do tipo hopper e com cisterna de 18 mil m³.
A obra é inédita por utilizar a areia retirada da dragagem de um canal para o alargamento da praia. Na região onde serão realizados os trabalhos, a expectativa é que o alargamento contribua para conter a erosão marítima e beneficie tanto a operação portuária quanto o uso da faixa de areia pelas pessoas que frequentam a praia. A intervenção no Porto de São Francisco do Sul, em parceria com o Porto Itapoá, é crucial para melhorar a infraestrutura portuária e potencializar o uso da praia.
A obra de dragagem, estimada em cerca de R$ 324 milhões, busca ampliar a profundidade do estuário que dá acesso aos portos de Itapoá e São Francisco do Sul, permitindo a operação de navios maiores, de até 366 metros de comprimento. Com isso, poderão aportar navios maiores do que os atuais, que têm um limite de 336 metros. Além disso, o projeto de alargamento da faixa de areia proporcionará uma área maior para os banhistas, ao longo de aproximadamente 10 quilômetros, entre a região da Figueira e o Balneário Princesa do Mar, com aumento da faixa em mais de 100 metros em alguns trechos.
Itapoá, com seus 32 quilômetros de litoral e divisa com o Paraná, oferece diversas opções para banhistas e diversos pontos turísticos à beira-mar. No entanto, a cidade enfrentou problemas de erosão na área costeira, o que levou ao decreto de emergência em agosto por conta dos danos causados pela chuva e pelo aumento da erosão. A obra de alargamento e dragagem visa solucionar esses problemas e contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, garantindo maior segurança para as operações portuárias e um lazer mais confortável para os frequentadores da praia.