Maioria das crianças estupradas em Goiás são meninas

crianças

Um levantamento apontou que a maioria das crianças violentadas sexualmente em Goiás no ano passado eram meninas. O problema social e criminal afetou 5.565 menores de idade no estado, sendo 338 somente em Goiânia. O estupro foi registro na maior parte dos municípios goianos – somente 12,1% não teve casos, conforme dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação à CBN Goiânia.

O boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde (MS) aponta que 202.948 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes foram notificados em setes anos, de 2015 a 2021, no Brasil. Segundo as informações são quase 80 casos por dia no período. A incidência é maior (41,2%) contra crianças de 0 a 9 anos comparada a de adolescentes de 10 a 19 anos. O número de casos envolvendo bebês, com até um ano de idade, é de 3.386 entre 2015 e 2021. Ou seja, mais de um caso por dia.

“Geralmente, as pessoas que praticam esse crime são do convívio da vítima, podendo ser pais, padrastos, tios, avôs, primos ou amigos da família. Uma forma de evitar esse tipo de abuso, é manter sempre um adulto supervisionando a criança, além de não deixá-la na companhia de pessoas estranhas. Também é preciso verificar o tipo de brincadeira que um adulto faz e ter uma pessoa específica para fazer a higiene da criança”, esclareceu a delegada Thaynara Andrade em entrevista ao DE no ano passado.

 

A percepção em nível estadual nas delegacia foi reforçada em estatística. Um balanço da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos revelou que 84% das agressões sofridas por crianças e adolescentes são por suspeita cometidas por pais, padrastos, madrastas ou avós. Os crimes de ordem sexual vão desde a ‘simples’ importunação até os físicos, de acordo com Andrade. 

 

Segundo o Código Penal, estupro é ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que se pratique outro ato libidinoso constrangendo alguém mediante violência ou grave ameaça. A punição é maior para os crimes contra menores de 18 ou maiores de 14  anos de idade, sendo de reclusão de 8  a 12 anos.

 

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp