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Maioria dos entregadores de aplicativos são negros e não possui outra renda

Última atualização 13/04/2023 | 15:41

Uma pesquisa revelou que 68% dos entregadores e 62% dos motoristas se autodeclaram pretos ou pardos. O levantamento feito pelas principais empresas de aplicativos no Brasil aponta que mais da metade dos entrevistados se dedica exclusivamente a esse tipo de trabalho. O cenário se apresenta justamente em meio à proposta do governo federal de regulamentar a qualidade, remuneração, proteção e condições de trabalho.

 

As informações são resultado de entrevistas com 3 mil trabalhadores – uma amostra do universo de 1,2 milhão de motoristas e 385 mil entregadores em atuação no País. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, em Goiás existem mais de 30 mil motoristas de aplicativos. Apesar das dificuldades, a maioria afirmou pretender continuar atuando no segmento.

 

Com a representatividade dos serviços de entrega principalmente de comida, o preconceito e confusões com moradores de condomínios se tornou frequente. Por outro lado, a categoria começou a receber o mínimo de aparato para trabalhar com dignidade. Um ponto de apoio foi inaugurado pelo iFood em Goiânia para receber os trabalhadores. Nesse local, eles têm acesso à infraestrutura básica como água potável, banheiro e tomadas.

 

Os dados coletados indicam que os motoristas recebem mais do que entregadores, embora eles tenham carga horária de trabalho semanal quase duas vezes maior. Em média, o serviço prestado com carro rende entre R$ 2,9 mil a R$ 4,7 mil e com moto o lucro varia ente R$ 1,9 mil a R$ 3 mil.

 

Conclusões:

 

-52% trabalha apenas com os aplicativos

-48% possui outra fonte de renda além da recebida com os apps

-42% sobrevive três salários mínimos ou menos (média de R$ 3,9 mil)

-74% afirma ter renda familiar mensal acima de três salários mínimos

-34% diz faturar mais seis salários mínimos

– 60% dos motoristas e 80% dos entregadores quer continuar trabalhando com entregas via aplicativo

-Jornada média de trabalho: motoristas de 22 e 31 horas semanais e entregadores entre 13 e 17 horas semanais

Fonte: Pesquisa com dados da Amobitec (99, iFood, Uber e Zé Delivery)