Maioria pela 1ª vez, mulheres encabeçam sonhos de medalhas em Paris

Igualar ou superar, em Paris, o recorde de 21 medalhas da Olimpíada de Tóquio, no Japão, há três anos, passa necessariamente pelas mulheres. Pela primeira vez, o país terá uma delegação com predomínio feminina. Elas representam 153 dos 276 atletas assegurados na capital francesa, segundo o Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Algumas modalidades explicam essa maior presença feminina, que é inédita. No futebol, no handebol e no rugby as seleções masculinas não se classificaram à Olimpíada, ao contrário das femininas. Na ginástica artística, as mulheres se garantiram na disputa por equipes, assegurando cinco vagas em Paris. Os homens não tiveram o mesmo resultado e terão apenas dois representantes em provas individuais.

No levantamento de peso, no wrestling e no pentatlo moderno as vagas conquistadas pelo Brasil foram todas com mulheres. Já no tiro esportivo, na esgrima, no tênis e nas águas abertas elas são maioria entre os atletas classificados.

Para além de números absolutos, a delegação feminina apresenta candidatas reais a medalha em várias modalidades. Na ginástica artística, a campeã olímpica Rebeca Andrade se firmou, ao longo do ciclo de Paris, como maior ameaça à supremacia da norte-americana Simone Biles, chegando a superar a rival na prova do salto no Mundial do ano passado, na Antuérpia (Bélgica).

Prata em Tóquio, Beatriz Ferreira chega em Paris como bicampeã do mundo e atual detentora do cinturão da Federação Internacional de Boxe (IBF, na sigla em inglês) no peso leve. Rayssa Leal acumulou dois títulos do circuito de skate street, além de ter vencido o Mundial de Sharjah (Emirados Árabes Unidos) desde a segunda posição nos Jogos da capital japonesa.

No vôlei de quadra, mesmo caindo na semifinal, a seleção feminina emplacou 13 vitórias consecutivas na Liga das Nações, que reconduziram a equipe comandada por José Roberto Guimarães ao topo do ranking da modalidade. Na praia, a dupla formada por Duda e Ana Patrícia, campeã mundial em 2022 e vice no ano seguinte, também ocupa o posto de melhor do planeta.

No judô, após ficar fora de Tóquio por causa de um caso de doping, Rafaela Silva retornou com tudo, com direito a um bicampeonato mundial em 2022, querendo agora o segundo ouro olímpico da carreira. Tricampeã do mundo também há dois anos, Mayra Aguiar é forte candidata a conquistar a sua quarta medalha nos Jogos (quem sabe a primeira dourada após três bronzes entre 2012 e 2020).

As velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze podem se tornar as primeiras brasileiras a conquistarem três ouros olímpicos, caso repitam o resultado das duas edições anteriores. Ainda nas águas, mas na maratona aquática, Ana Marcela Cunha se recuperou de uma séria lesão no ombro e se mudou para a Itália há um ano com intuito de buscar o bi nos Jogos de Paris.

Também há candidatas a surpresa na capital francesa. Caso de Nathalie Moellhausen, oitava do ranking da Federação Internacional de Esgrima (FIE) e campeã da etapa de Barcelona (Espanha) da Copa do Mundo, no ano passado. Ou da seleção de ginástica rítmica, que tem alcançado resultados históricos, como o quarto lugar na prova dos cinco arcos no Mundial de 2023, em Valência (Espanha). O Brasil, inclusive, sediará a próxima edição do evento, em 2025.

No tênis, Luísa Stefani foi bronze em Tóquio ao lado de Laura Pigossi. Em Paris, a principal duplista do país (e 12ª do mundo) terá Beatriz Haddad Maia como parceira. Apesar de priorizar as disputas de simples (é a 20º do ranking e número um do Brasil), Bia tem os melhores resultados da carreira nas duplas (entre eles uma final de Aberto da Austrália).

No surfe, Tatiana Weston-Webb tem um vice-campeonato do circuito mundial (WSL, sigla em inglês) em 2021 e um quarto lugar na temporada seguinte. Neste ano, a brasileira está em sétimo lugar, mas somente quatro rivais que estão à frente também competirão nos Jogos. Já no futebol, a seleção convocada por Arthur Elias tem a craque Marta na última Olimpíada da carreira, buscando o que seria a sua terceira medalha e do Brasil na história, após as pratas de 2004 e 2008.

O cenário de protagonismo feminino nos resultados brasileiros já se observou nos Jogos Pan-Americanos de Santiago (Chile) em 2023. Das 205 medalhas conquistadas, um recorde, 95 vieram graças às mulheres, contra 92 dos homens e 18 em equipes mistas. Elas também foram maioria no total de ouros (66), garantindo metade deles.

A Olimpíada de Paris começa no próximo dia 26 de julho e segue até 11 de agosto. Pela primeira vez, o megaevento terá participação igualitária de homens e mulheres. Serão 5.250 atletas de cada gênero. Curiosamente, os Jogos que marcaram a estreia feminina também foram na capital francesa, em 1900. Na ocasião, elas representaram 2,2% (22) do total de competidores (997).

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp