Última atualização 30/06/2023 | 14:48
A jornalista Zileide Silva, da Rede Globo, já é uma grande conhecida do público brasileiro. São décadas de atuação na emissora e no comando de programas como o Jornal Hoje. Foi em uma de suas apresentações que ela surpreendeu a audiência ao revelar ter se submetido a um transplante de córneas. A espera pelo procedimento continua sendo um drama para muitas pessoas. Em Goiás, 1.458 candidatos aguardavam por esse tecido do olho até maio deste ano.
“Eu tive ceratocone, nos dois olhos, precisei do transplante e sempre agradeço às duas famílias que concordaram com a doação. É, sem dúvida, um ato de amor e vida que segue”, disse a profissional, durante a exibição de uma reportagem sobre o tema. Em Goiás, muitos pacientes compartilham deste drama.
Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), que reforça a importância de conscientizar e incentivar a doação de órgãos. A pasta afirma que esta é a estratégia para suprir a demanda e proporcionar uma melhor qualidade de vida para aqueles que dependem desse procedimento.
Ainda segundo a pasta, nos últimos cinco anos houve uma variação nos transplantes de córneas no Estado de Goiás. Em 2018, foram realizados 789 transplantes de córneas, enquanto 89 pessoas estavam na fila de espera. Em 2019, o número de transplantes diminuiu para 531, mas o número de pessoas aguardando na fila aumentou para 436.
No ano seguinte, em 2020, houve uma queda acentuada no número de transplantes, chegando a 282, enquanto a quantidade de pessoas na fila aumentou significativamente para 779. Já em 2021, houve um leve aumento nos transplantes, com 419 procedimentos realizados, porém, o número de pessoas na fila continuou aumentando, atingindo 1125.
Em 2022, novamente houve uma diminuição nos transplantes, com 391 realizados, e a fila de espera chegou a 1458 pessoas.
Entenda
Os transplantes permitem que pessoas com alguma deficiência visual por problemas de córnea recuperem a visão. Durante um transplante de córnea, o botão ou disco central da córnea embaçada é trocado por um botão central de uma córnea saudável. Esta cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de pessoas que têm alguma deficiência visual por problemas de córnea.
Qualquer indivíduo entre 2 e 80 anos pode ser doador. Diante de uma notificação de potencial doador, será realizada uma triagem através de aplicação de questionário junto aos familiares, revisão de histórico médico e exames de sangue para definir se há alguma contra-indicação à doação. Uma dúvida bastante comum é se o uso de correção visual (óculos ou lentes de contato) ou de alguma possível doença como catarata ou até cegueira por diabetes ou glaucoma seriam contra-indicações à doação. A resposta é que estes casos não são contra-indicação à doação.