Mais de 200 menores de 18 anos sofreram algum tipo de violência este ano em Goiás

Mais de 200 menores de 18 anos sofreram algum tipo de violência este ano em Goiás

O Hospital Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), em Goiânia, atende e acolhe as crianças e adolescentes vítimas de abuso e explicação sexual em Goiás. Segundo dados do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da unidade, entre janeiro e abril deste ano, houve a notificação de 200 casos de menores de 18 anos que sofreram algum tipo de violência.

O atendimento é feito por psicólogos, assistentes sociais, médicos ginecologistas e obstetras, pediatras e enfermeiros do Ambulatório de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (AAVVS), que atende também homens e mulheres vítimas deste tipo de crime. As vítimas são atendidas em um ambiente humanizado onde, segundo a assessoria do hospital, são oferecidos exames físicos, profilaxia de doenças sexualmente transmissíveis, anticoncepção de emergência, além do atendimento psicológico e orientações legais.

O abuso pode ocasionar diversas consequências e afetar a vítima até a sua fase adulta. “Por isso, é de muita importância mobilizar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Em caso de violência sexual, sempre procurar a unidade de saúde mais próxima, para cuidar da saúde da vítima, evitando risco de infecções sexualmente transmissíveis, gestação, além de obter apoio psicológico e social”, explicou Daniella Nasciutti, médica ginecologista e obstetra do HMI.

A violência atinge crianças e adolescentes em todas as classes sociais, em várias idades e de diferentes formas. O abuso e a exploração sexual são considerados violação dos direitos humanos fundamentais e um grande problema de saúde pública. De acordo com levantamentos, o Brasil registra cerca de 500 mil casos de exploração sexual contra crianças e adolescentes. O segundo lugar no ranking de exploração sexual infantojuvenil, atrás apenas da Tailândia. Estatísticas dão conta que 75% das vítimas são meninas, a maioria, negras, vítimas de espancamentos e uso de drogas.

Conforme a lei, a diferença entre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e que na exploração existe o lucro, já que alguém cobra em dinheiro ou de outra forma a violação do menor. O crime de estupro de vulnerável, que é ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos, tem pena de 8 a 15 anos de reclusão, conforme o Código Penal. Ele define também pena de 4 a 10 anos para quem submete, induz ou atrai à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos que não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone.

*Rosana Melo, especial para o Diário do Estado

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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