De acordo com a 2ª edição do estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 30% da população preta ou parda no Brasil está na linha da pobreza. Em comparação, a taxa de brancos no mesmo quesito fica abaixo de 20%.
Desigualdade e pobreza no Brasil
Em 2021, considerando-se a linha de pobreza monetária proposta pelo Banco Mundial, a proporção de pessoas pobres no país era de 18,6% entre os brancos. O índice é praticamente o dobro entre os pretos (34,5%) e os pardos (38,4%). Já o rendimento médio dos trabalhadores brancos (R$3.099) superava muito o de pretos (R$1.764) e pardos (R$1.814) no mesmo período.
Na 1ª edição do estudo, 32,9% dos pretos e pardos estavam na linha da pobreza, com renda inferior a US$ 5,50/dia. O índice dos brancos era de 15,4%. Quanto aos outros dados do IBGE, além da pobreza, a desigualdade também se mostrou presente.
Em 2020, houve 49,9 mil homicídios no país, ou 23,6 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas brancas, a taxa foi de 11,5 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas pardas, a taxa foi de 34,1 mortes por 100 mil habitantes. Por fim, entre as pessoas pretas, foi de 21,9 mortes por 100 mil habitantes.
Ainda, pretos e pardos enfrentam maior insegurança de posse da moradia: 20,8% das pessoas pardas e 19,7% das pessoas pretas residentes em domicílios próprios não tinham documentação da propriedade, enquanto a proporção entre as pessoas brancas era praticamente a metade (10,1%).
Os dados são do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, que analisa as desigualdades entre brancos, pretos, pardos, amarelos e indígenas em cinco temas: trabalho, distribuição de renda, moradia, educação, violência e representação política.