Uma pesquisa reveladora apontou que o receio impediu 438% das mulheres de denunciar assédio ou preconceito no trabalho e omitiram a prática. Ao todo, 74,1% das entrevistadas confessaram já ter passado pelo constrangimento. A maioria dos autores eram os superiores hierárquicos. As participantes do levantamento alegaram que a situação ocorreu ainda durante o processo seletivo. O resultado desta edição é semelhante ao de 2022.
“Precisamos falar sobre como tornar ambientes profissionais mais igualitários desde a base, lá no processo seletivo e também na cultura das empresas”, pontua a CEO do Infojobs, Ana Paula Prado. O panorama destaca que quase 70% das participantes tiveram a credibilidade questionada simplesmente por serem mulheres. Para elas, o problema gira em torno de conquistar um emprego (27,7%) e ter reconhecimento e crescimento profissionais (26,3%).
A orientação da Comissão Permanente para a Promoção da Igualdade de Gênero e Raça do Senado Federal é anotar as ocorrências de episódios com detalhes da hora, data e local e testemunhas, reportar os casos aos órgãos competentes dos órgãos ou à empresa e também buscar o apoio de um psicólogo para lidar com o problema de forma mais eficaz e sem arriscar a saúde.
Combate
No Dia Internacional das Mulheres, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva anunciou uma série de políticas públicas para combater a violência, assegurar proteção social e garantir igualdade de direitos entre homens e mulheres no Brasil. Parte delas inclui a obrigatoriedade de pagamento de salários iguais para funções e qualificações semelhantes.
Confira o resultado da pesquisa:
-74% alegam ter sofrido assédio ou preconceito no trabalho
-72,7% dos autores eram os superiores hierárquicos e 12,9% eram colegas de trabalho
-43,8% das vítimas não denunciaram a prática e preferiram omitir
-25,7% das mulheres assediadas se posicionaram no momento, 16,7% optaram por se demitir e 3,8% comunicaram o RH
-61,9% das entrevistadas disse que passou por situações constrangedoras em processos seletivos
-88,5% das participantes desacredita de igualdade de oportunidades para ambos os sexos e -89,7% creem que o gênero influencia na contratação
-69,7% das trabalhadores afirma ter tido a credibilidade questionada por ser mulher
(Fonte: Infojobs)