Última atualização 01/09/2023 | 12:48
Nesta quinta-feira, 31, a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) resgatou mais 43 pessoas presas em uma clínica clandestina em Anápolis, na Região Metropolitana de Goiânia. A maioria dos resgatados tem alguma deficiência intelectual e veio de outros estados. Eles estavam vivendo em um lugar insalubre sem receita ou orientação médica.
Esse resgate é resultado de um desdobramento de uma investigação que começou quando cerca de 50 vítimas, com idades entre 14 e 96 anos, foram resgatadas de outra clínica clandestina, quando uma família levou um idoso de 96 anos com sinais de maus-tratos e lesões em Anápolis.
Depois da divulgação do resgate, várias famílias entraram em contato com a Polícia Civil afirmando que não haviam encontrado seus familiares entre os resgatados, o que levou as forças de segurança a investigar a existência de outra clínica também gerenciada pelo mesmo casal, em que o marido segue foragido.
“As investigações continuaram. localizando esse segundo ‘depósito humano’, também às margens da BR-114, dentro de uma vegetação fechada. Encontramos 43 pessoas trancadas em um local pequeno, muitas amarradas às camas de cimento, sem alimentação ou medicação adequada”, narra o delegado responsável pela investigação, Manoel Vanderic, da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (Deai), de Anápolis.
Na segunda clínica em que a Polícia Civil fez o resgate, dois funcionários fugiram do local, mas foram identificados. De acordo com o delegado da Deai de Anápolis, ambos também responderão pelos crimes de cárcere privado e tortura qualificados. “O trabalho da polícia agora é encontrar outros elementos para tentar responsabilizar coautores e apurar, também, eventual participação das famílias nessa tortura e nesse holocausto que acontecia aqui em Anápolis”, finaliza.