Um pedido do Ministério da Justiça deve ser acatado a qualquer momento para suspender 431 contas do Twitter e do TikTok. As empresas foram acionadas para eliminar das internet os perfis que incitam ataques a escolas. Os autores e as publicações estão sendo investigados após apuração realizada no último fim de semana dentro da Operação Escola Segura.
A repressão a novos casos de violência das instituições de ensino resultou ainda na prisão de um suspeito e apreensão de sete armas. O trabalho dos investigadores se centrou na identificação de hashtags, como são chamadas as palavras-chave escritas com o símbolo de cerquilha.
Nos últimos dias, diversos áudios e mensagens em circulação por aplicativos na internet indicam a realização de ataques em colégios de todo o País. Nesta segunda-feria, 10, um garoto de 12 anos de idade foi apreendido por tenta esfaquear cinco colegas de escola. Ele conseguiu ferir uma estudante. O menor afirmou que entraria em confronto com a polícia e tiraria a própria vida após o massacre.
Diversas forças de segurança do Distrito Federal foram mobilizadas nesta segunda em decorrência da publicação de duas postagens com ameaças a ataques a uma escola do Paranoá. A unidade é de modelo cívico-militar. Com a atuação preventiva, não houve registro de incidentes no local.
Um grupo especial foi criado pelo governo federal para encontrar perfis e postagens relacionados a crimes contra a vida e discurso de ódio. Na esfera estadual, diversas delegacias também monitoraram infrações virtuais e repassaram as informações para o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), vinculado ao Ministério.
Um canal foi criado especialmente para denúncias desse tipo de ocorrência. A página Escolas Seguras recebe informações sobre ameaças no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública (clique aqui) . A operação envolve aproximadamente 150 integrantes da segurança pública.
Nas ações que integram a Operação Escola Segura, organizada pelo MJSP em parceria com os Estados, trabalham de forma integrada 51 chefes de delegacias de investigação e 89 chefes de agências de inteligência de Segurança Pública (Polícias Civis e Polícia Militar). A operação vai vigorar por tempo indeterminado, de forma contínua e durante 24 horas por dia, reunindo centenas de profissionais.
Na semana passada, quatro crianças morreram em uma creche na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, após serem atacadas por um homem que pulou o muro do local. Menos de dez dias antes, um aluno assassinou a facadas uma professora dentro de uma escola de São Paulo neste mês.