Mais de 80% dos brasileiros não aprovam os atos antidemocráticos

atos

Segundo uma pesquisa do instituto Ipsos, oito em cada dez brasileiros não aprovam os atos antidemocráticos que aconteceram em Brasília no dia 8 de janeiro. Isso equivale a 81% da população, que se posiciona contra as depredações que ocorreram na sede dos Três Poderes. O levantamento reuniu 600 entrevistas com pessoas de todas as regiões do Brasil.

A reprovação dos atos antidemocráticos

No total, apenas 18% dos entrevistados na pesquisa da Ipsos disseram que aprovam os atos antidemocráticos, enquanto 1% não soube responder. Por outro lado, 70% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro tem responsabilidade pelas manifestações terroristas.

Ainda na questão de responsabilização pelos atos antidemocráticos, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu citações de 48% dos participantes, e 39% acham que o atual presidente Lula possui uma parcela de culpa.

Na mesma pesquisa, com dados de 10 de janeiro de 2023 e margem de erro de quatro pontos percentuais, 70% dos brasileiros afirmaram que têm receio de que novos atos ganhem força no País, e 61% enxergam o futuro com preocupação. Vergonha (36%), medo (34%), otimismo (33%) e revolta (24%) também foram opções mencionadas pelos brasileiros.

Por fim, a respeito do afastamento do governador Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, para intervenção militar na segurança pública, 67% concordam com a decisão do ministro Alexandre de Moraes.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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