Malha Ferroviária no Rio de Janeiro: Violência e Tráfico Afetam Serviços da SuperVia

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A malha ferroviária no Rio de Janeiro tem sido palco de crimes, tráfico e violência, com problemas que afetam diretamente os serviços prestados à população. Durante três semanas, entre os dias 6 e 25 de junho, jornalistas do O GLOBO percorreram os trens da SuperVia, concessionária responsável pelo transporte ferroviário de passageiros na região. Em um trajeto de 270 quilômetros e 104 estações, foram encontrados diversos problemas, como pontos de venda de drogas próximos às plataformas, desova de carros cortados e barracos construídos ao longo dos trilhos.

A situação se agrava com a iminente saída da SuperVia, após quase 27 anos de concessão. A transferência do sistema para o Estado deve ocorrer entre julho e setembro, conforme acordo judicial assinado em 2024. Além da violência, a nova empresa que assumir a operação enfrentará desafios como viagens mais demoradas e a presença de verdadeiros “cemitérios” de trens ao longo da linha férrea. A falta de controle da área das estações e o uso indevido por parte de traficantes e criminosos contribuem para a precariedade do serviço.

A violência impacta diretamente a rotina dos cerca de 300 mil passageiros que utilizam diariamente os trens, com inúmeras viagens canceladas ou interrompidas por problemas relacionados à segurança pública, como tiroteios, furtos e vandalismo. Só nos primeiros meses de 2025, foram registradas 659 interrupções, em média 11 por dia. Os tiroteios são frequentes, com 23 registros entre janeiro de 2024 e junho de 2025, causando a paralisação do tráfego e colocando a segurança dos passageiros em risco.

Os ramais que passam por áreas dominadas por facções criminosas são os mais afetados, com tiroteios frequentes que interrompem o funcionamento dos trens. O Complexo de Israel, onde áreas controladas pelo Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro se confrontam, torna-se cenário de confrontos armados que colocam em risco a vida dos usuários. A presença de pontos de drogas, desova de carros e barracos próximos às estações tornam o ambiente ainda mais vulnerável.

A atuação da Polícia Militar e da concessionária SuperVia nas áreas próximas às estações tem sido intensificada, com o objetivo de coibir a ação de criminosos e garantir a segurança dos passageiros. A integração entre as partes e o compartilhamento de informações têm sido fundamentais para tentar minimizar os impactos da violência no transporte ferroviário. No entanto, os desafios são grandes, e a população continua enfrentando dificuldades e riscos ao utilizar os trens no Rio de Janeiro.

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