Dezenas de milhares de pessoas se reuniram em várias cidades do Brasil no último domingo para protestar contra a tentativa do Parlamento de reduzir a pena do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe. As manifestações foram convocadas por organizações de esquerda em resposta à proposta de lei aprovada por deputados brasileiros, em sua maioria apoiadores de Bolsonaro, que poderia reduzir a pena do ex-presidente para pouco mais de dois anos de prisão. Grandes concentrações ocorreram em cidades como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio de Janeiro, cerca de 19.000 manifestantes ocuparam a praia de Copacabana com placas com os dizeres ‘Sem anistia’ e ‘Congresso, inimigo do povo’. Artistas brasileiros como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque estiveram presentes em um palco improvisado. Em São Paulo, aproximadamente 14.000 pessoas se reuniram na avenida Paulista, segundo o Monitor da Universidade de São Paulo. Em Brasília, a multidão se concentrou perto do Museu Nacional e marchou em direção ao Congresso. O campo apoiador de Bolsonaro na Câmara Baixa havia considerado opções para amenizar a pena do ex-presidente, incluindo uma possível anistia total, que foi descartada após as grandes manifestações de setembro. Bolsonaro, presidente do Brasil de 2019 a 2022, foi considerado culpado pela Suprema Corte de conspirar para se manter no poder ‘de forma autoritária’, independentemente do resultado das eleições de 2022, que acabou perdendo no segundo turno para seu rival de esquerda Lula. Ele alega inocência e se diz vítima de ‘perseguição política’.