DF tem atos da direita e da esquerda no 7 de Setembro; anistia e soberania foram temas principais
Grupos ficaram em espaços definidos previamente, separados um do outro e distantes do desfile oficial, na Esplanada dos Ministérios.
Natuza Nery: Anistia ainda tem muitos obstáculos pela frente
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Grupos ligados a partidos de direita e de esquerda fizeram manifestações neste domingo (7) em Brasília, por ocasião do 7 de Setembro.
Nos atos, os manifestantes exibiram faixas e camisetas com temas como anistia e soberania nacional.
No protesto da direita, as mensagens pediam anistia aos golpistas do 8 de janeiro e novas punições dos Estados Unidos ao governo Luiz Inácio Lula da Silva e ao Supremo Tribunal Federal. No protesto da esquerda, o grupo exibiu mensagens em defesa da soberania nacional, contra a anistia e com pautas do governo, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Por determinação da Secretaria de Segurança Pública do DF, os grupos ficaram em espaços definidos previamente – separados um do outro e distantes do desfile oficial, na Esplanada dos Ministérios.
A manifestação a favor do governo Lula e contra a anistia ficou na praça Zumbi dos Palmares, no Conic. Já o grupo contra Lula e pró-anistia ficou no gramado da antiga Funarte, no Eixo Monumental.
Até as 12h30, as forças de segurança não tinham registrado nenhum tipo de confronto ou provocação entre grupos.
Na última terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar Bolsonaro e mais sete réus pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. O julgamento deve ser concluído até a próxima sexta (12).
Bolsonaro está em prisão domiciliar por violar medidas restritivas impostas anteriormente. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão. Ele também está inelegível, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político. Em paralelo, ganhou força na Câmara dos Deputados a discussão sobre a possibilidade de votar uma anistia para condenados por crimes contra a democracia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro, mas ainda não colocou em votação qualquer projeto com essa finalidade. O PL, partido de Bolsonaro, é o principal interessado, e o Centrão também está endossando a medida. A aliança formada por União Brasil e PP, que tem maior bancada na Câmara, anunciou o desembarque do governo Lula recentemente para aderir à campanha da anistia. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação.