Maquiadora tem carro queimado em atos antidemocráticos e faz vaquinha online 

Uma maquiadora de Brasília precisou fazer uma vaquinha online para conseguir recuperar o prejuízo do carro queimado durante atos antidemocráticos na última segunda-feira, 12. Gabi Braga conseguiu R$ R$ 61.395,20 na plataforma de doações ao divulgar um vídeo no pátio onde estavam os veículos incendiados por bolsonaristas. Ao todo, 1.285 pessoas colaboraram com a autônoma.

“Ainda estou sem acreditar. Só Deus sabe o tanto que precisava desse carro para levar as crianças para escola. Quem me conhece sabe da minha história. Cuido dos meus filhos sozinha. Não tenho ajuda nenhuma do pai. Trabalho muito. Ainda não acredito que aconteceu junto comigo”, lamentou durante registro no pátio onde havia oito carros e alguns ônibus queimados.

Segundo ela, o material de trabalho estava no veículo, assim como o laptop de um dos dois filhos. O carro, já antigo, não tinha seguro e foi adquirido com esforço para atender clientes que atendia como maquiadora. Ela chegou a  publicar vídeos em agradecimento às doações nos stories de seu perfil no Instagram.

Além dos atos de vandalismo contra a frota, os grupos de bolsonaristas também quebraram a vidraça da entrada de uma delegacia e depredaram uma viatura policial. Eles ainda espalharam botijões de gás por uma avenida de Brasília. Um homem de 67 anos ficou ferido e precisou de atendimento após desmaiar por inalar gás lacrimogêneo. 

Prisão de indígena

Os atos começaram após a prisão temporária do líder indígena José Acácio Serere Xavante pela Polícia Federal (PF). Ele participava de atos golpistas promovidos após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais. A determinação partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo a Corte, a decisão se baseia na necessidade de garantia da ordem pública, “diante dos indícios, nos autos, da prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, previstos no Código Penal”.

A PF argumentou ao STF que Serere Xavante teria realizado manifestações antidemocráticas em diversos pontos de Brasília: em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional, no Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos. A segurança das proximidades do hotel onde Lula e Alckmin estão hospedados foi  reforçada e policiais fazem rondas no entorno.

Assista ao vídeo com relato da maquiadora:

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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