Marcelo Adnet fala sobre ataques que recebeu após contar que foi abusado sexualmente

Marcelo Adnet falou sobre os ataques que sofreu após ter revelado que foi abusado sexualmente na infância em entrevista ao programa “Saia Justa”, exibido pela GNT.
“Apesar dos ataques baixos e cretinos — que me fizeram até, em algum momento, rir de pena de quem me atacava —, a quantidade de carinho e apoio foi muito maior”, disse. O humorista ressaltou a importância de denunciar os abusos e lembrou que os abusadores muitas vezes ficam “protegidos” pelo medo da vítima em denunciar.
“Quando o menino é abusado sexualmente, escuta: ‘Você é baitola, veado, tem cara de baitola, tomou porque gostou’. Existe esse outro medo, medo do ataque homofóbico e dessa ridicularização, que eu não temo. Isso [ser gay] não é ofensa, mas as pessoas usam isso, essa rasteira, como forma de constranger a vítima”, esclareceu.
Mônica Martelli, Pitty, Gaby Amarantos e Astrid Fontenelle elogiaram a coragem do humorista. “Ser abusado não é um crime. Eu teria vergonha de dirigir bêbado. Teria vergonha de avançar o sinal vermelho. Sabe? Teria vergonha de evadir impostos. Isso me daria muito mais vergonha do que ser vítima de abuso”, disse Astrid.
“Eu tive mais de 25 anos para pensar nisso. Para estar falando agora com vocês foram mais de 25 anos. Então, tem essas peculiaridades no meu caso. O ser humano é um universo e cada caso é um caso”, disse Adnet. “São várias camadas de dor, de complicação para se lidar. Hoje posso falar com tranquilidade porque tive tempo para lidar. Acho que a vítima não tem culpa. É uma cicatriz na minha vida, uma coisa traumática. É um tema pesado e necessário. É bom falar de tabu, adoro falar de tabu. Adoro acatar temas que são encarados como tabu, sempre gostei de abordar esses temas”, completou.
No bate-papo, Adnet falou sobre a importância da educação sexual para as crianças. “Não é ensinar a fazer sacanagem. A criança pode se sentir mais à vontade de falar sobre isso com um professor ou um educador do que com um pai ou uma mãe”, analisou.
O “Saia Justa” ganhou um novo formato durante a quarentena. Astrid continua comandando a atração no estúdio e suas colegas entram ao vivo direto de suas casas.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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