A Primeira Marcha para Exu de Recife foi marcada por uma manifestação em defesa das religiões de matriz africana, com o intuito de combater o preconceito religioso e esclarecer a diferença entre o orixá e a concepção cristã de “demônio”. Realizada no Bairro do Recife, a caminhada reuniu adeptos destas crenças, destacando a importância de cultuar a natureza e respeitar a diversidade religiosa.

O evento contou com a presença de bonecos gigantes de orixás, simbolizando a representatividade e a força dessas divindades nas tradições africanas. Renato Fonseca, criador da página “Macumba Ordinária” e idealizador da marcha em Recife, ressaltou a importância de desmistificar a imagem de Exu, enfatizando que ele é o senhor do caminho e representa a benevolência.

Inspirada na Marcha para Exu realizada em São Paulo desde 2023, a iniciativa em Recife busca promover uma manifestação política em defesa da liberdade religiosa para os praticantes da umbanda, do candomblé e outras religiões de matriz africana. O objetivo é acabar com o preconceito e a intolerância enfrentados por essas crenças, e demonstrar que Exu não é o diabo, mas sim uma entidade ligada à comunicação e à abertura de caminhos.

Com concentração no Marco Zero, a marcha percorreu o Bairro do Recife até a Praça do Arsenal, celebrando todas as representações de Exu presentes nas diversas tradições religiosas. Durante o trajeto, os participantes vestiam predominantemente roupas vermelhas e pretas, cores associadas ao orixá, em um ato simbólico de devoção e respeito.

Segundo Renato Fonseca, o dia 24 de agosto é uma data especial para cultuar Exu, devido à sua conexão com as energias presentes nesse período. Considerado o orixá da comunicação e mensageiro entre os seres humanos e as divindades, Exu desempenha um papel fundamental nas práticas religiosas das tradições africanas, abrindo caminhos e transmitindo mensagens entre os cultos.

Para Ladjane de Oyá, juremeira e ialorixá, a marcha representa um momento significativo para as tradições negras, possibilitando a expressão do sagrado tanto dentro quanto fora das casas de culto. O direito de manifestar as crenças e os rituais sagrados nas ruas é fundamental, e a presença de tantos adeptos na Primeira Marcha para Exu de Recife evidencia a importância da união e da resistência contra o preconceito religioso.