Em um encontro histórico com seus seguidores nas redes sociais ao redor do Brasil, os governadores de Goiás, Marconi Perillo, e de São Paulo, Geraldo, Alckmin, ambos do PSDB, defenderam as reformas tributária e da Previdência, a redução da taxa básica de juros da economia (Selic) e a formulação de uma política regional de desenvolvimento para que o País volte a crescer de forma sustentável e a gerar empregos. As propostas para a retomada do desenvolvimento econômico e humano do Brasil surgiram a partir de perguntas feitas pelos internautas, em 30 minutos de transmissão neste domingo, dia 9, na qual Marconi e Alckmin responderam, ao vivo às perguntas feitas pelos internautas.
Eles responderam juntos a questionamentos sobre a reforma da previdência, esforço fiscal nos estados, relação com os outros governadores, agronegócio, educação, e Pacto Federativo. Goiás e São Paulo são os Estados que melhor se sobressaíram à crise econômica nacional graças às suas políticas de austeridade fiscal, conforme apontam recorrentes pesquisas. Alckmin afirmou que Marconi fez um trabalho fiscal exemplar em Goiás.
“Nós tivemos uma queda de arrecadação muito grande nesses últimos três anos. Foi a maior crise talvez dos últimos cem anos do Brasil, e nós reduzimos os gastos. Então, São Paulo não tem déficit, tem até um superávit primário. E em Goiás, Marconi fez um trabalho exemplar no Estado”, afirmou o governador, que defendeu a criação de políticas públicas que incentivem o empreendedorismo para que a economia volte a crescer. “Se a gente for ouvir o jovem hoje ele quer ser empreendedor. Então o problema dele é que o estado cobra impostos demais, burocratiza, cria problemas para o empreendedor. Nós precisamos no Brasil fazer reformas e tomar medidas para estimular a atividade empreendedora, para o Brasil voltar a crescer e ter emprego e renda”, disse.
Ele observou que o problema futuro do Brasil vai ser a falta de emprego, conforme Marconi também vem afirmando em entrevistas à imprensa. “Então, a gente tem que ter foco na atividade empreendedora. Estimular as pessoas a criarem emprego e montarem seus negócios. Esse é o grande foco. O Brasil é um país vocacionado para crescer”, pontuou. Marconi ressaltou que a situação econômica em que o Brasil se encontra é resultado de políticas econômicas desastradas e completamente equivocadas, que levaram o País a amargar, nos últimos dois anos e meio, a pior crise da história do País.
“Durante dois anos nós tivemos que ter um controle rigoroso em relação às despesas, porque senão poderíamos ter entrado em colapso como outros estados entraram, e certamente quem teria problemas seriam os funcionários e os aposentados, que ficariam sem receber seus salários. Ou as pessoas que dependem do serviço público, de educação, de segurança. Quer dizer, se nós não tivéssemos sido rigorosos nos planos de austeridade, na diminuição do tamanho das máquinas, Goiás, São Paulo e outros Estados que fizeram o dever de casa estariam amargando hoje sérios problemas”, enfatizou Marconi.
O governador de Goiás ressaltou que reduziu de uma só vez R$ 3,5 bilhões do orçamento da máquina administrativa por meio de projeto enviado para a Assembleia Legislativa no ano passado. Lembrou que, atualmente, a Casa discute a PEC do teto dos gastos em Goiás, o que ocorre também em São Paulo também. “Isso tudo foi feito com um objetivo só: acabar com o déficit e ter dinheiro para investir onde é necessário investir. E é nos programas sociais, educação, saúde, infraestrutura, oferecendo serviço de qualidade, como ocorre em São Paulo com o Poupa-Tempo, e em Goiás com o Vapt-Vupt, que foi implantado em 1999”, frisou.
Reforma nacional da Previdência
Marconi e Alckmin defenderam uma reforma da previdência de forma isonômica, que atenda os trabalhadores do serviço público e da iniciativa privada da mesma forma. “Eu sempre defendi o regime geral de previdência para todos: para o setor privado e para o setor público federal, estadual e municipal com as mesmas regras”, disse Alckmin.
“A expectativa de vida do brasileiro hoje é muito maior, e é preciso corrigir essas falhas, porque não dá para pagarmos salário de 30, 40 mil para alguém que se aposenta com 48 anos no serviço público. Hoje temos muito mais pessoas na inatividade recebendo altos salários do que até mesmo trabalhando. É injusto com o pobre. O que se pretende fazer é algo que seja isonômico, que deixe de ser assimétrico entre as pessoas que trabalham como cobrador de ônibus e outras que trabalham no serviço público e ganham muito mais”, ressalvou Marconi.
Marconi endossou que a reforma da Previdência deve ser discutida suprapartidariamente, sem radicalismo ideológico e político. “Isso precisa ser discutido por todos porque afeta a todos. Esse tema não pode ser tratado com populismo, com base apenas no corporativismo de algumas categorias. Precisa ser tratado assim: ou a gente faz isso, ou muitos estados brasileiros vão virar a Grécia. Vão quebrar, vão falir. E aí os principais prejudicados vão ser os próprios funcionários”, declarou.
Questionado sobre a relação com os outros Estados, Marconi agradeceu a Alckmin pelo esforço conjunto para retirada da ação que pedia o fim dos incentivos fiscais em Goiás. “O senhor foi sensato e correto, e estamos juntos agora na busca de uma solução definitiva”, pontuou, lembrando que a medida, se fosse aprovada, causaria grande perda de empregos em Goiás.