O deputado Marcos Feliciano (PL-SP) questionou publicamente a identidade de gênero da ministra da cultura Margareth Menezes. A ironia transfóbica ocorreu durante a primeira reunião da comissão sobre o tema na Câmara Federal. Ele citou a cantora ao sugerir que seja convocada para explicar como pretende aplicar os recursos de R$ 10 bilhões da pasta.
“Eu quero saber o que ela é. Eu sei que é uma mulher. Eu não sei se pode ser chamada de mulher ou não”, afirmou esclarecendo que nunca ouviu falar da intérprete de “Faraó”.
A sessão ficou tumultuada após o posicionamento preconceituoso de Feliciano. A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) interveio criticando a provocação e ainda se colocando como defensora de Margareth, que não estava presente na reunião. Além de pedir respeito, a pessedista solicitou ao presidente da comissão que coibisse esse tipo de comportamento na Casa.
O parlamentar, que também é pastor, respondeu que havia apenas feito o questionamento porque não sabia se o titular era uma secretaria ou um ministério nem se o titular era um ministro ou uma ministra. No perfil dele no Instagram, os conteúdos publicados são contrários às pautas de ideologia de gênero.
Antes da confusão, um dos deputados comentou que se tratava de “ministre”, em referência à linguagem neutra. A substituição dos artigos feminino e masculino por um “x”, “e” ou “@” no fim das palavras é um recurso sociolinguístico e gramatical para tentar incluir homens, mulheres e pessoas não binárias.
Em 2013, Marcos era presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e aprovou um projeto que prometia a “cura gay”. Ele é constantemente alvo de reclamações por homofobia e racismo. O pastor já postou em seu Twitter que “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé”. e declarou que “não há uma cultura do estupro em nosso País’.
Na semana passada, o deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) usou uma peruca durante um discurso na tribuna da Casa como um reação à causa feminista. Ele disse que era a “deputada Nikole” e afirmou que ideologias de gênero são ruins para a sociedade, principalmente para as mulheres que estariam perdendo espaço para pessoas trans. A deputada Erika Hilton protocolou uma notícia-crime contra o bolsonarista no Supremo Tribunal Federal (STF) e iniciou um abaixo-assinado pedindo a cassação dele.
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