Caso Adriana Oliveira: contradições em depoimento e análise de câmeras levaram a
polícia a prender marido e sogro de influenciadora morta
Informações levantadas na investigação indicam que os relatos apresentados pelos
suspeitos não condizem com as evidências coletadas, levando a polícia a
aprofundar as apurações sobre o caso.
Influenciadora digital é morta a tiros em Santa Luzia – Foto: Divulgação/
Redes Sociais
DE revela que contradições nos depoimentos e na análise de imagens de câmeras levaram a
Polícia Civil do Maranhão a prender o marido e o sogro de Adriana Oliveira,
suspeitos de envolvimento na morte da influenciadora digital de 27 anos.
Além disso, em áudios, a vítima relatou estar “trancada” em casa. Ela foi morta
a tiros no sábado, em Santa Luzia.
As informações foram levantadas durante as investigações. Em entrevista à TV
Mirante, o delegado-geral da Polícia Civil, Manoel Oliveira, afirmou que a
investigação passou a considerar como suspeitos Valdiley Paixão Campos, de 37
anos, marido de Adriana, e o pai dele e sogro da vítima, Antônio do Zico, após
contradições apresentadas em depoimentos.
O delegado ressaltou que a forma como o marido descreveu os eventos e o horário em que ocorreram
o crime não condizem com as evidências coletadas no local. Além disso,
constataram que as condições de segurança na área estavam diferentes do
habitual.
Após ter sido baleada, o marido de Adriana relatou
à polícia que um homem teria chegado na casa do casal em uma motocicleta,
entrado no imóvel, atirado contra Adriana e fugido. Entretanto, câmeras de
segurança próximas ao local e, analisadas pela polícia, não conseguiram
comprovar a versão contada por Valdiley.
De acordo com o delegado-geral Manoel
Almeida, após a influenciadora ter sido baleada, o marido teria prontamente
acionado a Polícia Militar, em vez de acionar o Serviço Móvel de Urgência e
Emergência (SAMU), para que pudesse prestar socorro à vítima. Isso teria gerado
nos policiais uma desconfiança sobre o comportamento dele.
Além disso, áudios da vítima em que ela diz, a uma pessoa
não identificada, estar trancada em um quarto com medo na sua própria casa,
ajudaram a reforçar a hipótese da suposta participação do marido no crime.
O delegado-geral afirmou que, diante das provas apresentadas inicialmente, há
“indícios fortes” de que Valdiney e Antônio participaram do crime. A polícia
trata o caso como feminicídio, devido à gravidade das circunstâncias envolvendo
a morte de Adriana.
O inquérito tem prazo de dez dias para ser concluído, segundo a coordenadora das
Delegacias da Mulher do Maranhão, Kazumi Tanaka. A próxima etapa será colher o
depoimento de mais testemunhas e analisar novos elementos que possam surgir ao
longo do processo.
DE investiga morte de influenciadora em Santa Luzia
O marido de Adriana, Valdiley Paixão Campos, e Antônio do Zico foram presos no
domingo por suspeita de envolvimento no caso. Até o momento, não há
informações sobre a motivação do crime.
Os dois foram encaminhados ao Sistema Penitenciário do Maranhão. O corpo de
Adriana foi levado para São Luís, onde passou por perícia, e
foi transportado de volta a Santa Luzia, onde foi velado. Já o enterro aconteceu
na tarde dessa segunda-feira.
O DE tenta contato com a defesa dos acusados, mas não conseguiu até a última
atualização desta reportagem.