O motivo da queda do avião onde estavam a cantora Marília Mendonça, tio, um produtor, o piloto e o copiloto ainda é um mistério para a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Um ano após a tragédia, os investigadores sabem apenas que o tempo no dia do acidente não contribuiu para o ocorrido. A conclusão do inquérito pode ocorrer até março de 2023 porque a equipe depende de laudos ainda não liberados.
O trabalho se desdobra em duas hipóteses. A primeira seria problema no avião. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda não remeteu o documento com avaliação sobre as condições dos motores da aeronave. Outra linha de investigação seria falha humana, apesar de que a falta de sinalização nas torres da região não interferiram porque não havia essa obrigatoriedade.
A possibilidade de erro dos pilotos teria duas duas explicações, sendo uma delas já descartada.O delegado Ivan Sales considerou que eles poderiam ter tido mal súbito, infarto ou AVC, porém exames não identificaram sinais de nenhuma doença. Agora, ele tenta entender porque os profissionais decidiram se afastar do aeroporto que ficava a quatro quilômetros do local do acidente.
Ivan diz que uma testemunha relatou ter visto o piloto realizar a manobra de aproximação padrão e depois seguir um curso diferente. Na prática, a conduta significa que o profissional assumiu a responsabilidade ao sair da área de proteção no entorno do aeródromo, que não apresentava obstáculos.
Poucos dias após o acidente, um documento encaminhado pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontava irregularidades no avião que transportava a cantora Marília Mendonça, que tinha 26 anos de idade. De acordo com a denúncia, o avião teria problemas estruturais e a empresa Pec Taxi Aereo Ltda, proprietária do bimotor, apresentava pendências trabalhistas e burlava licitações e avaliações da Anac.
Guarda e herança
Nesta sexta-feira, 04, a mãe de Marília comemorou aniversário. Ela postou a foto do neto, filho da cantora, nas redes sociais. Léo, de quase três anos de idade, mora com a avó em Goiânia, mas tem a guarda compartilhada entre a ela e o pai, o sertanejo Murilo Huff. O garoto é o único herdeiro da fortuna estimada em R$ 500 milhões e deverá continuar recebendo os rendimentos relacionados às músicas da mãe até 70 anos após a sua morte.
O montante relativo aos bens ainda não foi liberado pela Justiça porque a intérprete foi condenada postumamente a pagar uma multa de R$ 360 mil por ter vendido seis músicas a uma dupla de cantores e negociado as mesmas letras com outros artistas. Um dos levantamentos do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) apontou o ranking das músicas mais regravadas de autoria de Marília e três canções empataram em primeiro lugar, com 19 gravações cada: “Calma”, “O que falta em você sou eu” e “Infiel”.
Também foi produzido um levantamento sobre as músicas de Marília Mendonça mais tocadas nos últimos 10 anos no Brasil. Na liderança, ficou “Até você voltar”. Na segunda e terceira posições, ficaram “Calma” e “Infiel”, respectivamente. Marília Mendonça tem 335 obras musicais e 444 gravações cadastradas no banco de dados do Ecad, um dos maiores da América Latina. Nos últimos dez anos, a artista recebeu mais de 80% de seus rendimentos em direitos autorais provenientes dos segmentos de Rádio, Shows, Streaming de música e Casa de Festa e Diversão.