A atriz global Marina Ruy Barbosa, compartilhou nas suas redes sociais nesta segunda-feira (13), diversas fotos para a divulgação de um bronzeador corporal, em parceria com uma marca famosa de cosméticos. A atriz está sendo acusada de fazer blackface.
A atriz se defendeu dizendo que o produto “deixa a pele dourada e com um iluminador”, entretanto a polêmica continua. O nome da atriz ficou nos assuntos mais comentados do twitter, Marina virou meme e chegou a ser comparada com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O que é BlackFace
A prática é utilizada na Europa há muitos anos, e tomou uma nova dimensão nos Estados Unidos no século 19. Na época, atores brancos pintavam a pele com tinta escura para realizar os chamados “Ministrel shows”, espetáculos de comédia baseados na ridicularizaram de pessoas negras.
Na época, o racismo já era apontado: em texto publicado em 1848, o autor abolicionista Frederik Douglass descreveu os espetáculos como “a escória imunda da sociedade branca, que nos roubou a pele que a natureza lhes negou para ganhar dinheiro e agradar aos gostos corruptos de seus colegas brancos”.
Os espetáculos eram tão populares que influenciaram outras formas de arte: no século 19, quando a segregação impedia pessoas negras de acessarem os mesmos locais que os brancos, atores brancos utilizavam a mesma caracterização dos minstrel shows para relatar personagens negros.
Os estereótipos também tiveram sua influência na cultura brasileira, a Tia Anastácia, do Sítio do Pica-Pau-Amarelo”, é uma uma reprodução fiel da personagem “Mammy” presente em diversos espetáculos de menestréis. Além dessa, outras diversas produções brasileiras também usaram o blackface nos últimos anos, sob protestos do movimento negro. Mesmo quando a intenção não é ridicularizar a população negra, a caraterização continua exagerando os traços das pessoas negras e reforçando os estereótipos racistas.