Marina Silva enfrenta ataques de parlamentares: ‘Desrespeito é o único oferecido’

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Após nova sessão com ataques de parlamentares, Marina Silva diz que desrespeito ‘é a única coisa que são capazes de oferecer’. Convocada pela comissão de Agricultura, a ministra foi chamada de ‘adestrada’ e ‘mal-educada’ por deputado. Em maio, Marina abandonou audiência no Senado após ataques. Após nova reunião no Congresso em que foi alvo de críticas e ataques de parlamentares nesta quarta-feira (2) de, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva disse que o comportamento não é novo e que “o desrespeito às vezes é a única coisa que as pessoas que não conhecem o respeito são capazes de oferecer.”

Durante a sessão, o deputado Evair Vieira Melo (PP-ES) chamou Marina de “adestrada” e “mal-educada” e afirmou que a ministra “nunca trabalhou, nunca produziu” e que tem “um discurso alinhado com ONGs internacionais”. Deputado diz que Marina tem problema com o agronegócio porque ‘nunca trabalhou’. “A senhora tem dificuldades com o agronegócio, porque a senhora nunca trabalhou, a senhora nunca produziu, não sabe o que é prosperidade construída pelo trabalho. Todo mundo sabe, o mundo sabe que a senhora tem um discurso alinhado com essas ONGs internacionais”, afirmou o parlamentar.

Outros deputados atacaram a gestão da ministra. O deputado Zé Trovão (PL-SC) afirmou que Marina é uma “vergonha como ministra”, enquanto o capitão Alberto Neto (PL-AM) sugeriu que ela deveria “pedir demissão”. Convocada para prestar esclarecimentos sobre desmatamentos e queimadas, a ministra disse durante a sessão que aprendeu que é “melhor receber injustiça” do que “praticar injustiça”. Ela também afirmou que fez uma longa oração antes da audiência e que está “em paz”. Marina divergiu das afirmações dos parlamentares de que houve um aumento explosivo no desmatamento durante a gestão dela no Ministério do Meio Ambiente e destacou o papel das mudanças climáticas no aumento de incêndios florestais no país.

Em maio, a ministra abandonou uma audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado após ser alvo de declarações de senadores consideradas machistas e ofensivas. Na ocasião, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), ao cumprimentar Marina, afirmou que desejava “separar a mulher da ministra”, porque a mulher “merecia respeito” e a ministra, não. A ministra reagiu imediatamente, cobrando um pedido de desculpas. “Como eu fui convidada como ministra, ou ele me pede desculpas ou eu vou me retirar. Se, como ministra, ele não me respeita, vou me retirar”, disse Marina. Diante da recusa do parlamentar em se retratar, ela deixou a sessão.

Antes deste momento, o presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO), ironizou reclamações da ministra sobre ter seu microfone cortado várias vezes. A ministra respondeu dizendo que ele gostaria que ela “fosse uma mulher submissa”. “E eu não sou”, completou Marina. Sentado ao lado da ministra, Marcos Rogério olhou para ela e disse: “Me respeite, ministra, se ponha no teu lugar”. A declaração provocou novo tumulto e ele tentou se explicar. Disse que, na verdade, referia-se ao “lugar” de Marina como ministra de Estado.

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