Mark Zuckerberg fala sobre escândalo do vazamento de dados em congresso nos EUA

O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, deve cumprir uma agenda cheia nesta terça-feira (10). Entre o assuntos, está o escândalo do vazamento de dados de mais de 70 milhões de norte-americanos. As informações foram repassadas pelo desenvolvedor de um aplicativo de teste de personalidade disponibilizado no Facebook, para a empresa de marketing digital e consultoria, à Cambridge Analytica (CA).

Responsável por uma plataforma com mais de 2 bilhões de perfis, o presidente do Facebook, Mark falará em uma audiência conjunta das comissões Judiciária e de Comércio do Senado dos Estados Unidos (EUA). Amanhã (11), Zuckerberg dará depoimento à Comissão de Energia e Comércio da Câmara de Representantes.

Ainda sobre o vazamento de dados, conforme revelou um ex-funcionário da empresa em reportagens publicadas pelos jornais The New York Times (EUA) e The Guardian (Reino Unido) em março, as informações foram usadas pela companhia para criar publicidade personalizada e influenciar eleições em todo o mundo, inclusive a disputa de 2016 que resultou na vitória de Donald Trump.

Antes do escândalo envolvendo a Cambridge Analytica, o Facebook já entrara na mira dos congressistas norte-americanos. Uma investigação foi aberta no Parlamento do país para apurar a influência de pessoas e organizações russas nas eleições de 2016, usando contas e anúncios em redes sociais como Facebook e Twitter.

O episódio gerou reações também no Brasil. Segundo comunicado do diretor de Tecnologia da empresa, Mark Schroepfer, mais de 440 mil usuários do país estão entre os atingidos pelo vazamento. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios abriu um inquérito civil para apurar eventuais irregularidades, violações à privacidade e prejuízos aos internautas brasileiros.

Entenda o escândalo

A Cambridge Analytica e o Facebook foram denunciados em um escândalo de proporções mundiais. A CA passou a ser conhecida por sua atuação na campanha de Donald Trump à Presidência dos EUA e no plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da Eunião Europeia (Brexit). Ela também atuou em processos eleitorais de outros países.

A atuação da companhia já vinha sendo questionada desde as eleições nos Estados Unidos. Em março, a entrevista de um ex-funcionário revelou o esquema de construção de perfis quase individualizados, a partir de questionários e jogos no Facebook (conhecidos como quiz), e de uso dessas informações sem consentimento para influenciar preferências políticas no pleito norte-americano de 2016.

O canal britânico Channel 4 veiculou uma longa reportagem, em que jornalistas disfarçados de políticos interessados no serviço da consultoria filmaram dois de seus principais diretores com câmeras escondidas. Nessas conversas, eles revelam como usam dados coletados de maneira duvidosa, e inclusive ilegal, para moldar a opinião pública durante campanhas.

Mas não foi somente a empresa que teve a imagem em xeque. O Facebook passou a ser contestado por autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido pela forma como permitiu que esse episódio ocorresse. Esses questionamentos levaram à convocação da direção da companhia para prestar explicações públicas nos dois países e resultaram na queda de preço das ações do Facebook, causando um prejuízo bilionário.

Além disso, o Facebook anunciou uma série de medidas de restrição a aplicativos do uso de dados de seus usuários. Segundo o comunicado, uma ferramenta será disponibilizada para informar o usuário quais os  aplicativos que estão utilizando seus dados e de que forma. Além disso, no dia 21 de março, o presidente da empresa, Mark Zuckerberg, criticado pelo silêncio ao longo da semana, divulgou um comunicado em sua página na plataforma. Ele disse que o Facebook já havia identificado o repasse de dados à Cambridge Analytica e determinado que fossem apagados. (Agência Brasil)

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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