Marta recusa ser vice de Meirelles e anuncia que deixará o MDB

A senadora Marta Suplicy (MDB-SP) recusou ocupar o cargo de vice-presidente de Henrique Meirelles na eleição presidencial deste ano.  O nome de Germano Rigotto foi citado como possível candidato ao cargo.

Marta informou a decisão nesta sexta-feira (3) ao presidente nacional do partido Romero Jucá, acrescentou que não pretende tentar a reeleição e que deixara o MDB.  Segundo uma pesquisa do Ibope, divulgada em junho, a emedebista estava em terceiro lugar na disputa do senado deste ano. O MDB lamentou sua decisão, mas disse respeita-la.

A senadora afirma em carta distribuída a imprensa que atua melhor na sociedade civil e que não deixará a política. “Permanecerei participando politicamente da vida pública brasileira. A partir de 2019, não mais como parlamentar, mas em todas as trincheiras que me levem ao lado da defesa dos interesses dos mais pobres, dos injustiçados e na luta pelo empoderamento das meninas e das mulheres”, escreveu

Depois da decisão, Marta criticou os partidos, “os partidos não conseguem dar respostas à crise de credibilidade que se abateu sobre eles e nem tampouco estão empenhados na mudança de posturas que os levaram à mais grave crise de suas histórias”, afirmou.

Rigotto é o nome preferido da cúpula do MDB e conta com a simpatia do presidente Michel Temer. A definição pode sair nesta sexta-feira (03). O prazo final para a escolha é neste domingo (5), quando termina o período das convenções partidárias que indicam os candidatos dos partidos na eleição deste ano. Na segunda, as chapas devem ser informadas oficialmente à Justiça Eleitoral.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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