O avanço de uma massa de ar polar vai manter as temperaturas mínimas em queda no centro-sul de Goiás até quarta-feira, 13, segundo último boletim do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
O fenômeno deve provocar geadas fracas a moderadas em municípios das regiões sudoeste e sul, como Jataí, Mineiros e Chapadão do Céu, onde as mínimas previstas para esta segunda-feira, 11, variam entre 6°C e 7°C.
Ar polar
Apesar do frio nas madrugadas e manhãs, o sol predomina ao longo do dia, e as temperaturas podem subir rapidamente, caracterizando uma forte amplitude térmica. No Sudeste, Catalão deve amanhecer com 10°C e alcançar 27°C à tarde. Já no Norte, a situação se inverte: Porangatu começa o dia com 19°C, mas chega aos 36°C no período mais quente. Em Goiânia, a variação prevista é de 12°C a 29°C.
O gerente do Cimehgo, André Amorim, alerta que o tempo seco continua sendo uma preocupação. Algumas regiões, como o leste e o sul do estado, acumulam até 98 dias sem chuva significativa. A umidade relativa do ar deve variar entre 12% e 20% durante as tardes, nível considerado de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nessas condições, o risco de problemas respiratórios aumenta, principalmente entre idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. Amorim recomenda evitar atividades físicas intensas no período seco do dia, manter hidratação frequente e usar umidificadores ou toalhas molhadas em ambientes fechados.
O alerta máximo para risco de incêndios vale para todas as regiões, atingindo desde áreas de Cerrado no interior até parques próximos a cidades populosas. Entre as unidades de conservação mais vulneráveis estão o Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, o Parque Estadual dos Pirineus e a APA Pouso Alto.
A estiagem prolongada já impacta os mananciais goianos. Em Nova Crixás, o Rio Araguaia atingiu o nível mínimo histórico para o mês de agosto — ou seja, a menor altura já registrada para o período na estação de monitoramento.
No Rio Meia Ponte, tanto na região de Goiânia quanto em Itumbiara, os níveis estão abaixo da mediana e próximos ao limite inferior da zona de normalidade, faixa que indica as condições esperadas para o período do ano. Quando esse limite é ultrapassado, o rio entra em situação de escassez, comprometendo o abastecimento, a irrigação e a manutenção da fauna e flora aquática.
Na cidade de Goiás, o Rio Vermelho segue em baixa, e no Vale do Paranã, o rio de mesmo nome também se aproxima do ponto mais crítico da faixa de normalidade. Segundo Amorim, o cenário exige atenção redobrada.
“É preciso se proteger das baixas temperaturas, evitar a prática de queimadas e adotar um consumo racional de água para preservar os mananciais”, reforça.