Saiba quem é Matemático, preso suspeito de participar do assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz
Danilo Pereira Pena foi preso pela Polícia Civil em uma pousada no bairro Morumbi, em São Paulo (SP). Ele é suspeito de participar do assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado e secretário de Administração de Praia Grande (SP).
Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Ruy Ferraz Fontes
Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Ruy Ferraz Fontes
Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, foi a sexta pessoa presa por suspeita de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes. Conforme apurado pelo DE nesta quinta-feira (16), o homem de 36 anos tem nível de instrução superior e não possui passagens criminais.
Ruy foi morto no dia 15 de setembro, após cumprir expediente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande. Seis pessoas foram presas, o possível atirador foi morto em confronto com a polícia e outros dois suspeitos estão foragidos (veja abaixo).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), as investigações apontam que o Matemático mandou Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, levar Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, da cidade de São Vicente para São Paulo. Ambos já estão presos temporariamente. O DE não localizou a defesa de Danilo Pereira Pena até a última atualização desta reportagem.
Conforme apurado junto à Polícia Civil, o Matemático nasceu no dia 23 de novembro de 1988, em Santos, no litoral de São Paulo. Apesar disso, ele está vinculado a um endereço no bairro Vila Guilhermina, na capital paulista.
Segundo os registros da corporação, o homem tem 1,80 m, pele parda, cabelos e olhos castanhos. Além disso, o estado civil dele é solteiro. Não há informações oficiais sobre o suspeito ter ou não concluído o ensino superior, nem sobre o curso que ele frequentou.
Danilo Pereira Pena (à esq.) foi preso por suspeita de envolvimento no assassinato do ex-delegado (à dir.)
Danilo Pereira Pena (à esq.) foi preso por suspeita de envolvimento no assassinato do ex-delegado (à dir.)
CAPTURA DO MATEMÁTICO
Conforme registrado em boletim de ocorrência, policiais civis capturaram Danilo Pereira Pena durante o cumprimento de mandado de prisão temporária e de busca e apreensão.
O homem foi localizado e detido em uma pousada no bairro Morumbi, na capital paulista, por volta das 10h30 da última quarta-feira (15). Os agentes apreenderam um celular com ele.
SUSPEITOS
Suspeitos presos morte ex-delegado Ruy Ferraz
Suspeitos presos morte ex-delegado Ruy Ferraz
Luiz Antonio Rodrigues de Miranda (foragido), de 43 anos, é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime. Flavio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros. Felipe Avelino da Silva (preso), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, de 33 anos, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime. Willian Silva Marques (preso), de 36 anos, é proprietário da casa apontada como base dos criminosos em Praia Grande e foi preso após se entregar na capital paulista. Dahesly Oliveira Pires (presa), de 25 anos, foi detida por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil usado no crime na Baixada Santista. Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, de 38 anos, foi preso em São Vicente (SP), por ser suspeito de participar da logística da execução de Ruy Ferraz Fontes. Rafael Marcell Dias Simões (preso), conhecido como Jaguar, de 42 anos, foi preso após se entregar no DP Sede de São Vicente, por ser suspeito de participar do assassinato. Danilo Pereira Pena (preso), conhecido como Matemático, de 36 anos, foi preso em São Paulo (SP), por ser suspeito de mandar Fofão levar Jaguar da cidade de São Vicente para São Paulo. Umberto Alberto Gomes (morto), 39 anos, teve o DNA encontrado na casa que teria sido usada pelos criminosos em Mongaguá. Ele morreu após entrar em confronto com policiais no Paraná.
CARREIRA DE RUY FERRAZ
Ruy Ferraz Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Ele teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
O delegado Ruy Ferraz Fontes, assassinado a tiros na Praia Grande, Litoral de São Paulo.
O delegado Ruy Ferraz Fontes, assassinado a tiros na Praia Grande, Litoral de São Paulo.
Fonte comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc) e Homicídios, além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
Ele estava aposentado da corporação e, desde janeiro de 2023, atuava na Secretaria de Administração de Praia Grande.
CRIME
Cronologia da execução: ação contra ex-delegado durou menos de 40 segundos
Cronologia da execução: ação contra ex-delegado durou menos de 40 segundos
O caso aconteceu na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, por volta das 18h do dia 15 de setembro, no bairro Nova Mirim, perto do Fórum de Praia Grande. De acordo com a PM, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte da vítima no local.
Com base nas imagens de monitoramento da prefeitura, os criminosos chegaram à Rua Arnaldo Vitulli, ao lado da Secretaria de Educação (Seduc), às 18h02. Eles permaneceram de tocaia até às 18h16, quando o ex-delegado passou de carro e foi alvo dos primeiros disparos de fuzil.
Ruy Ferraz Fontes tentou escapar pela Rua 1º de Janeiro, mas foi perseguido por cerca de 500 metros. Na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, ele bateu em um ônibus e capotou. Nesse momento, três criminosos armados com fuzis desceram do carro.
Um deles ficou na contenção, enquanto os outros dois se aproximaram do veículo e executaram o ex-delegado com diversos disparos.
Na ocasião, uma tia e o sobrinho foram baleados e atendidos pelas equipes do Samu. Eles foram encaminhados inicialmente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude.