Material escolar no DF em 2025: Sindipel aponta aumento de 10% devido à alta do dólar

Volta às aulas: Material escolar está 10% mais caro no DF, segundo Sindipel

De acordo com sindicato, alteração nos valores ocorreram devido alta do dólar.

Cadernos do estoque da papelaria — Foto: Reprodução/Redes sociais
Caneta, tesoura, caderno e mais uma lista de itens: chegou o momento de comprar o material escolar. A poucos dias para a volta às aulas, os pais já sentem no bolso o aumento do preço.

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindipel-DF), os materiais escolares no Distrito Federal estão 10% mais caros. O aumento no preço ocorreu devido a alta do dólar no final do ano passado, informou o sindicato (saiba mais abaixo).

“As novas coleções de materiais normalmente são lançadas no segundo semestre do ano anterior. Os comerciantes que tiverem que repor materiais didáticos, em especial no mês de dezembro, irão comprar objetos mais caros”, diz o presidente do Sindipel, José Aparecido Freire.

MATERIAIS IMPORTADOS MAIS CAROS

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF, dentre todos os itens da lista de materiais escolares, as mochilas e lancheiras vão ter um maior reajuste devido às variações do dólar.

“É importante que o consumidor faça mais de um orçamento, ainda mais para materiais de origem importada, como mochilas e estojos”, diz José Aparecido.

“Este ano não vai ter mochila nova”, conta a jornalista Cris Ferreira. Ela diz que fez um acordo com a filha, de 13 anos, de como será a compra dos materiais escolares deste ano. Ela optou por aguardar o próximo ano para comprar uma mochila nova para a adolescente.

“Percebi que caderno, lápis e caneta são mais fáceis de comprar, em contrapartida as mochilas e estojos estão muito caros, uma mochila de qualidade custa em torno de R$ 400. Esse ano, o jeito vai ser reformar a mochila da minha filha para garantir a volta às aulas”, conta Cris.

Mochila cheia de material escolar (Imagem ilustrativa). — Foto: Freepik

DE OLHO NO PREÇO

O DE entrou em contato com algumas papelarias do Distrito Federal para comparar os preços cobrados em 2024 e 2025. Veja abaixo:

Caderno com 15 matérias

– 2024: R$ 37,86
– 2025: R$ 42,13

Conjunto com 12 canetas hidrocor (canetinhas)

– 2024: R$ 7,46
– 2025: R$ 8,60

Lápis de cor 12 cores

– 2024: R$ 10,43
– 2025: R$ 12,43

Caixa de giz de cera (com 12 unidades)

– 2024: R$ 8,93
– 2025: R$ 8,93

DIREITOS E DEVERES NA HORA DE COMPRAR ITENS DA LISTA DE MATERIAIS

O governo do Distrito Federal possui uma lei distrital, que vigora desde 2009, para regular a adoção de materiais pelos estabelecimentos de ensino da rede privada. Veja pontos principais:

A escola privada deve divulgar a lista de materiais escolares assim como o plano de execução dos materiais estipulados no pedido.

Este plano de execução deve, não só apresentar o material que irá ser comprado, mas também a descrição da atividade didática para a qual se destina, com seus respectivos objetivos e metodologia empregada.

Os pais e responsáveis podem optar entre o fornecimento integral do material escolar no ato da matrícula ou pela entrega parcial e segundo os quantitativos de cada unidade. No caso de parcelamento, a entrega do material deverá ser feita, no mínimo, com oito dias de antecedência do início das atividades na unidade.

Além disso, a escola privada não pode exigir dos pais:

1. A indicação da marca, modelo ou estabelecimento de venda do material escolar a ser consumido pelo aluno;
2. A compra de material de consumo ou de expediente de uso genérico e abrangente da instituição, e não de uso individual e restrito do aluno matriculado e do qual o estudante não poderá dispor à vontade e levar consigo, em caso de sobra, no regresso ao lar;
3. A exigência de compra de material escolar no próprio estabelecimento de ensino, excetuando o uniforme, caso a escola tenha marca registrada.

DENÚNCIA

O Procon-DF afirma que não divulga pesquisa de preço desde 2019. De acordo com o órgão, o método era ineficiente e o consumidor deve fazer consulta de preços em variados lugares para gastar menos.

Em caso de dificuldade, o órgão de defesa do consumidor pode ser procurado pelos seguintes canais:

– E-mail: [email protected]
– Telefone: 151

Para mais informações sobre lista de material escolar, o consumidor pode acessar o site do Procon.

CARTÃO MATERIAL ESCOLAR

Em Brasília, mais de 200 mil estudantes do Distrito Federal terão acesso ao Cartão Material Escolar em 2025, um benefício destinado a estudantes matriculados na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, cujas famílias sejam contempladas pelo Auxílio Brasil.

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Grupo extorque feirantes só por ameaças: polícia investiga no DF

“Se não pagar, não trabalha”. Grupo lucra com ameaça a feirantes do DF

Grupo tem cobrado valores indevidos de alugueis na Multifeira, no SIA. Polícia Civil já recebeu diversas denúncias

Uma das feirantes ameaçadas pelo grupo organizado que tem atuado como uma espécie de milícia na MultFeira, no Setor de Indústria e a Abastecimento (SIA), detalha a forma que os suspeitos agem para com as vítimas.

De acordo com relato de uma feirante à coluna, os indivíduos fazem ameaças pessoalmente e por telefone. “Quando eu não paguei [a mensalidade cobrada pelo grupo], eu fui ameaçada de ser impedida de entrar na feira e de perder tudo que é meu que está lá dentro”, afirma a vítima.

“Eles dizem que minha obrigação é pagar. Tenho áudios de um deles falando: ‘Se não pagar, não trabalha'”, conta.

Em mensagem de texto, os suspeitos alertam que já passaram na banca da mulher e não receberam o tal pagamento. “Pedimos, por gentileza, que verifique a situação e nos dê um retorno. Caso o pagamento já tenha sido efetuado, solicitamos que nos envie o comprovante para que possamos atualizar nosso controle”, diz o aviso.

O que se sabe até o momento:

– Feirantes que trabalham na MultFeira, no SIA, procuraram a 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) para contar que vêm sendo extorquidos pela empresa Coutinho Serviços Imobiliários;
– A Coutinho Serviços Imobiliários estaria cobrando alugueis de feirantes sem apresentar contrato, recibo ou qualquer tipo de documento comprobatório;
– Feirantes ouvidos pela coluna revelaram que homens a serviço da Coutinho cobram cerca de R$ 190 por metro quadrado. O valor somado chega a R$ 2,5 milhões;
– A Coutinho teria uma espécie de acordo com a Central de Abastecimento do DF (Ceasa) para gerir o espaço. O Tribunal de Contas (TCDF) ordenou, nessa sexta-feira (10/1), que a Ceasa suspenda os contratos de concessão;
– Procurada pela coluna, a Ceasa destacou destacou que foi lançado um edital de licitação para concessão de uso para administração e gestão da MultFeira e acredita que isso “resolverá definitivamente o problema jurídico deste local”.

Veja imagens dos homens que passam de loja em loja com uma maquininha fazendo cobranças ilegais.

A reportagem não conseguiu localizar os responsáveis pela Coutinho S.A. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

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