Maternidade no cárcere: berçário cria ambiente de ternura

Maternidade é sinônimo de amor, cuidado e ternura. Numa linguagem universal, que inclui as mães do sistema penitenciário do Estado. Os berçários das Unidades Prisionais Regionais (UPR) Femininas de Luziânia e Serranópois são prova disso. Eles foram estruturados pelo Sistema Prisional de Goiás para que as mães que cumprem pena em regime fechado consigam vivenciar a relação com os filhos de maneira segura e aconchegante.

As crianças têm locais apropriados, lúdicos, para que possam estabelecer o vínculo, essencial ao desenvolvimento. Viviane (nome fictício), de 30 anos e mãe de um bebê de cinco meses, embala a criança e consegue recriar expectativas. “Os olhinhos curiosos da minha pequena reforçam a certeza de que vou mudar de vida daqui para frente. Deixar o passado para trás e cuidar dela”, diz.

Sobre o berçário da unidade ela destaca o conforto do ambiente. “Aqui eu poderei cuidar da minha filha até os seis meses de idade, amamentando e dando muito amor”, afirma ao lembrar o período que o Juizado da Vara de Infância permite a permanência do bebê na Unidade Prisional.

Para essas crianças e mães, existe um espaço destinado ao banho de sol. “Podemos usar das 8h às 17h esse local, lavar as roupas e não ficar trancada o dia todo com a bebê. Esse ambiente é melhor para ela”, acrescenta.

Aproximadamente 570 quilômetros dali, no Sudoeste do estado, outra mãe brinca com seu bebê no colo, agora no berçário da UPR Feminina de Serranópolis. Ao lado do filho, que também tem cinco meses, Cláudia (nome fictício) passará o Dia das Mães. Aos 20 anos, a jovem comemorou esta data antes, já na função de mãe, ela tem outras duas filhas. Mas foi do lado de fora da prisão.

O ingresso no sistema penitenciário aconteceu há um ano e um mês. De poucas palavras, ela foi objetiva ao compartilhar sua opinião sobre o ambiente onde ela e seu bebê têm estado nos últimos meses. “Gosto do berçário. Vejo como uma parte importante da unidade prisional. É bom e acolhedor.” Da mesma forma que Viviane, Cláudia quer transformar sua vida a partir do encarceramento. “Quando eu sair daqui pretendo estudar e trabalhar para poder cuidar dos meus filhos com dignidade”, destaca.

Em Luziânia, o berçário foi inaugurado no final de 2021, enquanto em Serranópolis o espaço foi concluído em 2022. Ambos contam com local para banho de sol e cada um oferece vagas para cinco detentas gestantes ou que estejam amamentando bebês de até seis meses de idade, como determina a legislação.

Referência

“A UPR Feminina de Luziânia é referência em atividades de ressocialização e, com certeza, garantir assistência às custodiadas e seus bebês faz parte da reintegração social das internas”, comentou a diretora do estabelecimento penitenciário, Carolina Azambuja. “Temos o compromisso de oferecer um ambiente digno, onde essas mães possam cuidar de seus filhos nos primeiros meses em condições humanizadas, até mesmo lúdicas”, reforçou.

A diretora da UPR de Serranópolis, Geórgia Guedes, também vê como fundamental o amparo a essas mães e aos bebês. “Sabemos que modificar o passado não é possível. Então é essencial oferecer possibilidades para que alguém faça um futuro diferente. Acredito que isso acontece aqui na unidade. Assegurar a proximidade entre a mãe presa e seu filho em um local adequado, onde ela possa amamentar e dar atenção, é fornecer novas chances para essas mulheres e, consequentemente, para suas crianças”, destacou a diretora.

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Jovem morre após cair de prédio em Balneário Camboriú enquanto usava o celular

Carol Oliveira, de 22 anos, perdeu a vida na noite do último domingo, 8, ao cair do heliponto de um edifício na Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú, Santa Catarina. O acidente ocorreu por volta das 22h, quando a jovem, distraída enquanto gravava vídeos no celular, tropeçou e sofreu uma queda de cerca de 25 andares, segundo o Corpo de Bombeiros.

De acordo com informações da Guarda Municipal, Carol estava sozinha no momento da tragédia.

Natural de Itapema, cidade vizinha, Carol era monitora escolar e trabalhava em uma empresa terceirizada de transporte escolar. Apaixonada por esportes, atuava como atacante no futebol e como pivô no futsal, sendo treinada pela técnica Angélica Solidade.

Amigos, familiares e colegas prestaram homenagens emocionadas à jovem. Angélica descreveu Carol como uma pessoa amável e cativante:
“Ela era gentil, carinhosa e querida por todos. Tinha muitos amigos, e as crianças que ela cuidava no ônibus a adoravam. Nunca ouvi ninguém dizer algo ruim sobre a Carol.”

O projeto de futsal do qual Carol fazia parte também se manifestou em redes sociais:
“A tristeza é imensa, mas as memórias felizes que compartilhamos serão eternas. Sempre lembrada e querida.”

A Polícia Civil investiga as circunstâncias do acidente.

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