Mauro Vieira dialoga com representante dos EUA sobre tarifaço ao aço e alumínio no comércio

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Em meio à expectativa sobre ‘tarifaço’, Mauro Vieira conversa com representante dos EUA para comércio

Segundo fontes do Itamaraty, técnicos dos dois governos conversarão sobre eventual implementação das tarifas. Alckmin também tem tentado negociar com os EUA.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou nesta sexta-feira (7) por telefone com o representante dos Estados Unidos para o Comércio, Jamieson Green, sobre as relações comerciais entre os dois países e a tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio anunciada pelo presidente Donald Trump para começar a valer a partir deste mês.

Brasil tenta diálogo com EUA para evitar tarifaço ao aço e alumínio

A informação foi relatada à GloboNews por fontes do Itamaraty.

O telefonema, que durou cerca de 40 minutos, aconteceu um dia após o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, ter conversado com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnik, sobre as tarifas.

Cabe ao USTR (na sigla em inglês) desenvolver e coordenar a política de comércio internacional e investimentos externos dos Estados Unidos, supervisionando as negociações com outros países. O chefe do órgão atua como conselheiro do presidente americano para o comércio.

Segundo fontes do Itamaraty, foi feita durante a conversa uma avaliação positiva das relações comerciais entre os dois países. Ficou também previsto que técnicos dos governos brasileiro e americano conversarão a partir da próxima semana sobre “demandas de parte a parte”, isto é, sobre os termos que os dois países querem negociar.

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás somente da China. Segundo os dados do MDIC, a balança comercial entre os dois países – que inclui todas as exportações e importações dos dois lados – soma cerca de US$ 80 bilhões, gerando um superávit para os Estados Unidos de aproximadamente US$ 200 milhões.

O presidente Lula já disse publicamente que, se os Estados Unidos impuserem sobretaxas a produtos brasileiros, o Brasil adotará o princípio da reciprocidade, por meio do qual o país aciona mecanismos diplomáticos para garantir tratamento igual, ou seja, adotando medidas iguais.

Entretanto, diplomatas têm defendido que o Brasil busque equilibrar uma postura “firme” e ao mesmo tempo “cuidadosa”, sem tentar “apagar o fogo colocando gasolina”, o que pioraria a situação.

Na mesma linha, Geraldo Alckmin tem defendido que haja o diálogo entre os dois países para que cheguem a um consenso sobre as tarifas a serem implementadas.

Nesta quinta, Alckmin participou de uma reunião por vídeoconferência com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnik. Segundo nota oficial do governo brasileiro, os dois discutiram a política tarifária americana e combinaram de fazer mais reuniões.

“O vice-presidente considerou positiva a conversa e acredita que, através do diálogo, será possível chegar a um bom entendimento sobre a política tarifária e outras questões que envolvam a política comercial entre os países”, diz trecho da nota.

“O vice-presidente ressaltou que a intenção do governo brasileiro é fortalecer a complementariedade econômica entre os países e aumentar a reciprocidade, fortalecer nossas empresas e, acima de tudo, contribuir para as boas práticas comerciais entre os dois países”, conclui o governo brasileiro.

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