Maus-tratos a gatos mobilizam protetores de animais em Ijuí, RS: réu responde em liberdade – Manifestação por justiça

Protetores de animais se mobilizam após casos de maus-tratos e assassinatos de
gatos em cidade do RS

Segundo Ministério Público, ao menos cinco gatos teriam sido mortos por homem
que adotava animais em ONGs de Ijuí. Ele responde a processo em liberdade.

Manifestantes se reuniram na frente de fórum para protestar durante
audiências de caso de maus tratos a animais em Ijuí — Foto: Reprodução

O assassinato de ao menos cinco gatos no Noroeste do RS mobiliza os protetores
de animais de Ijuí para pedir por justiça. Entidades que promovem adoção de gatos se reuniram nesta
semana na frente do Fórum da cidade, durante audiência de um processo contra um
homem, réu por crimes de maus-tratos a animais.

O réu, Fernando Adolfo Ketzer, responde em liberdade. Segundo a denúncia, ele
teria adotado gatos de ONGs protetoras, e depois os teria torturado e, em alguns
casos, matado e ocultado os cadáveres. À RBS TV , a defesa dele negou os crimes.

“Meu cliente não cometeu essa acusação, nunca machucou um gatinho sequer, ao
contrário, sempre foi cuidadoso com os animais. Isto tudo é um grande
mal-entendido e está sendo provado nos autos do processo”, afirma o advogado
que representa o réu, José Elias da Silva.

Segundo a Justiça, o réu obteve autorização para se mudar para o Pará, onde
trabalha atualmente. O homem participou da primeira audiência do caso por
videochamada.

Entre as medidas cautelares estabelecidas estão não manter contato com
testemunhas ou vítimas, não manter posse ou propriedade de animais domésticos e
nem se aproximar ou fazer contato com grupos que ofereçam animais para doação.

Segundo a denúncia, ao menos cinco animais teriam sido mortos pelo homem entre
2021 e 2022.

O MP afirma que o acusado, usando um nome falso, abordava voluntárias de
projetos de adoção de gatos pelas redes sociais. Quando já estava com a guarda
do gato, ele comunicava que o felino havia fugido, desaparecido ou morrido.

Protetores de animais começaram a desconfiar do homem. Após denúncias, ele
passou a ser investigado pela Polícia Civil. Durante o inquérito, o homem
afirmou que havia praticado maus-tratos após ficar “irritado com os miados dos
animais”, conforme relata a denúncia.

A primeira audiência do caso ocorreu na última terça-feira (26). Pelo menos três
ONGs e uma associação de proteção aos animais se reuniram em frente ao Forum de
Ijuí, com cartazes denunciando os maus-tratos e pedindo por justiça. Também
seguravam fotos do gato Sargento, um dos animais que teria sido adotado pelo
acusado, mas que acabou sendo resgatado com lesões.

Jussara Forgiarini era a tutora do animal:

“Eu espero que a Justiça faça alguma coisa, porque meu sofrimento foi muito
grande quando ele me entregou o gato naquele estado, com as pernas e os dentes
quebrados e o nariz daquele jeito”, conta.

Sete testemunhas foram intimadas a depor, das quais seis foram ouvidas e uma não
compareceu.

Uma nova audiência foi agendada para o dia 25 de fevereiro, quando a última
testemunha deve ser ouvida, assim como o réu, que participou por
videoconferência. Após a nova audiência ocorre a manifestação das partes e
depois, a sentença.

“Espero que esse caso seja levado a sério. Animais sentem dor, sentem fome,
sentem frio, têm sentimentos, não é porque são menores que a gente que podemos
tratar eles como queremos. Na verdade é uma covardia que extrapola os limites. O
jeito que você trata os animais demonstra que tipo de ser humano você é”, diz
Aline Conrad, protetora e criadora do grupo Gateiros de Ijuí.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Tragédia em Torres: Bolo suspeito causa mortes e intoxicação na Família

Bolo que teria causado envenenamento ou intoxicação — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Três pessoas perderam a vida após ingerirem um bolo servido em Torres. No entanto, de acordo com as informações da Polícia Civil, a mulher responsável pela preparação da sobremesa foi a única pessoa presente na casa a consumir duas fatias do bolo. Mesmo após a ingestão das fatias, a mulher apresentou sintomas de intoxicação alimentar, sendo hospitalizada em um centro médico localizado na cidade de Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.

Além da mulher, uma criança de 10 anos também segue internada, mas ambos apresentaram melhoras em seu estado de saúde. As autoridades realizaram uma perícia minuciosa no bolo consumido durante o evento, com o objetivo de elucidar as causas desse incidente que resultou em tragédia. A Polícia Civil investiga as hipóteses de envenenamento ou intoxicação alimentar como possíveis responsáveis pela situação.

As vítimas fatais foram identificadas como Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e Tatiana Denize Silva dos Santos, com 43 anos, filha de Neuza. O falecimento das três mulheres ocorreu em um curto intervalo de tempo, com diagnósticos diferentes. As duas primeiras vítimas tiveram parada cardiorrespiratória, enquanto a terceira morte foi atribuída a um “choque pós intoxicação alimentar”.

A investigação da Polícia Civil revelou que sete membros da mesma família estavam reunidos em uma casa em Torres durante um café da tarde, e apenas uma pessoa não teria ingerido o bolo. A mulher responsável pela preparação da sobremesa, que foi hospitalizada, levou o alimento de Arroio do Sal para Torres. Os corpos das vítimas foram encaminhados para necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP), e os alimentos consumidos pela família passaram por perícia.

O delegado Marcos Vinícius Velho destacou que a residência apresentava produtos vencidos, como uma maionese que estava fora da validade há um ano, além de um frasco com líquido branco em vez de cápsulas, o qual será submetido à análise pericial. Curiosamente, o ex-marido da mulher que fez o bolo faleceu em setembro por intoxicação alimentar, situação que não foi investigada na época. Diante desse cenário, a polícia instaurou um inquérito e solicitou a exumação do corpo do ex-marido da suspeita.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp