MBL em Brasília: líder Amanda Vettorazzo projeta partido para 2026

MBL na Câmara tem gabinete com imersão em Brasília e projeta partido

Liderança do movimento, vereadora Amanda Vettorazzo terá dois “ex-colegas” na
Câmara e busca dar tração para criação de partido para 2026

São Paulo – Com a eleição de Amanda Vettorazzo (União Brasil) para a Câmara Municipal de São Paulo, o Movimento Brasil Livre (MBL) volta a ter representantes nas três esferas do Legislativo. Além de Amanda, o grupo conta com Kim Kataguiri (União) na Câmara dos Deputados e Guto Zacarias (União) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

“Apadrinhada” pelo cacique do União em São Paulo, Milton Leite, Amanda herdou um dos gabinetes mais disputados da Câmara e iniciou o mandato colhendo assinaturas para uma CPI contra “invasões de propriedade”.

Com o início da legislatura em fevereiro, ela também pretende emplacar projetos de lei que versam sobre intercâmbio de alunos da rede pública, liberação de feiras de adoção de animais em espaços públicos e instalação de telões de publicidade no centro da cidade.

“A Câmara é pujante, tem projetos semanais de interesse da cidade, então a gente sempre conseguiu ativar a militância, fazer com que as pessoas entendessem a importância do Legislativo. Ficamos quase três anos sem ter um representante aqui, então voltar para a Câmara é muito importante para o MBL”, afirmou a vereadora ao DE.

Para entender a “dinâmica de um gabinete”, Amanda enviou parte de sua nova equipe para fazer “estágios” nos gabinetes dos colegas de MBL.

Para o gabinete de Kataguiri foram enviadas quatro pessoas, três da área de comunicação e mídias sociais e uma do jurídico. Já no gabinete de Zacarias na Alesp fizeram a imersão outros quatro membros da equipe da vereadora — dois da área do jurídico, um de imprensa e atendimento e outro de redes sociais.

Duas pessoas da equipe de Amanda também passaram pelo gabinete do vereador de Sorocaba Ítalo Moreira, “para aprender sobre atendimento ao munícipe”.

RACHA COM BOLSONARISMO E CRIAÇÃO DE PARTIDO

* Forjado nos movimentos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), o MBL foi moldando as suas posições, sempre no espectro da direita: de orientação liberal no início, flertou com a pauta de costumes, se aproximou de Bolsonaro nas eleições de 2018 e rompeu com ex-presidente ainda no primeiro ano de mandato;
* Nesse meio-tempo, viu um dos seus principais quadros, Arthur do Val, ser cassado e ficar inelegível, adotou Sergio Moro como candidato à presidência em 2022, o que não prosperou, e assistiu à candidatura de Kim Kataguiri para a capital sucumbir à aliança do União com Ricardo Nunes (MDB);
* Atualmente, o MBL se define como uma direita liberal não bolsonarista;
* Em 2025, o grande objetivo do grupo é tirar do papel o seu partido, batizado de Missão;
*  Segundo o movimento, de novembro de 2023 para cá, cerca de 800 mil assinaturas foram colhidas, sendo que 260 mil foram validadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A lei eleitoral exige para a fundação de um partido a validação de cerca de 540 mil assinaturas em pelo menos nove estados diferentes. O número representa 0,5% dos votos válidos computados na última eleição para a Câmara dos Deputados. Apesar do otimismo, a criação da nova legenda ainda é vista com ceticismo por parte da classe política.

EX-INTEGRANTES DO GRUPO

Na Câmara, Amanda vai compartilhar o plenário com dois ex-MBL: o colega de partido Rubinho Nunes e o também estreante Lucas Pavanato (PL), pupilo do ex-vereador Fernando Holiday.

Em 2016, Holiday foi o primeiro vereador do movimento eleito na capital. Ele acabou rompendo com o grupo em 2021, alegando que o MBL não levantava bandeiras como a causa LGBT e o combate ao aborto.

“Não tenho relação com o MBL há mais de 2 anos. Porém, sempre tive um ótimo contato com a Amanda, [que] é uma pessoa dedicada e comprometida. Como ‘veterano’ no partido [União], busco contribuir com todos os novos vereadores para que possam ter o melhor mandato possível”, afirmou Rubinho Nunes.

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