MDB goiano prefere Meirelles a Temer para presidência

“Temer não tem nem que pensar em reeleição”, dispara o deputado estadual Lívio Luciano (MDB) que defende o nome do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles para candidato à presidência pelo MDB e aponta dois motivos para sua preferência: “Meirelles não tem desgaste político e é goiano. Com certeza é o melhor nome do partido”, completou.

O companheiro de bancada, Wagner Siqueira compartilha da mesma opinião. Já Bruno Peixoto, se limitou a dizer que o partido deve definir o candidato a partir da opinião pública. “Precisa fazer prévia com enquetes e pesquisas para ouvir a sociedade”, esquivou.

Para José Nelto, o candidato do MDB não pode ser radical, nem estar envolvido em corrupção. “Temer não tem perfil para representar nosso partido, mas não posso dizer que sou favorável à candidatura de Meirelles porque ele se quer, está filiado ao partido. Mas não posso negar que é um ministro de respeito e pode sim representar no MDB nas eleições presidenciáveis”, justificou.

O presidente do MDB nacional, senador Romero Jucá (RR), também defendeu o nome do ministro goiano para concorrer à presidência pelo MDB, durante reunião executiva nacional do MDB. Para Jucá, a candidatura do presidente Michel Temer ao segundo mandato enfrenta resistências de partidos da base aliado e do próprio MDB. “Nós estamos discutindo qual é o nome mais viável, mais factível, que possa ganhar as eleições”, afirmou Jucá.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), disse que a entrada de Temer na disputa seria “inconveniente” para o MDB. “Eu vejo o senador Renan Calheiros com Lula. Vejo o presidente do Senado (Eunício Oliveira) com Lula e o (senador) Jader Barbalho também. Como é que eles vão juntar esses cacos?”, questionou o tucano.

Sem espaço para disputar eleições presidenciais pelo PSD, Meirelles não esconde o desejo de concorrer à presidência e não esconde a preferência pelo MDB para concorrer ao cargo. “O presidente Temer não decidiu se será candidato. E tem me incentivado a viabilizar minha candidatura. Nossa relação é de lealdade no projeto de dar continuidade à reformas e modernização do Brasil”, afirma Meirelles.

Apesar das articulações, o ministro garante que não tomará decisões precipitadas e que tomará a decisão certa, na hora certa. “Tenho até o dia 7 de abril para deixar o ministério. Até lá, continuo conversando com lideranças do partido e com o presidente. Ser candidato ou não, é uma questão de avaliar o risco e tomar a decisão”, finalizou Meirelles.

Patrícia Santana

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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