MEC aciona PF e anula três questões do Enem após suspeita de vazamento

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O Ministério da Educação acionou a Polícia Federal e decidiu anular três questões do Enem 2025 nesta terça-feira, 18, após identificar que um universitário teria antecipado, em uma live, conteúdos semelhantes aos aplicados na prova realizada no último domingo, 16. A suspeita surgiu depois que itens aparentemente próximos aos pré-testes do Inep foram apresentados em um curso preparatório on-line.

De acordo com o MEC, há indícios de que perguntas utilizadas nos pré-testes sigilosos, materiais aplicados para calibrar futuras questões do exame, foram incorporadas ao conteúdo da plataforma educacional. A pasta afirmou que, embora nenhum item tenha sido reproduzido exatamente como apareceu no Enem 2025, foram identificadas similaridades específicas entre os temas divulgados nas redes sociais e aqueles presentes na prova oficial. O Ministério informou ainda que a Polícia Federal foi acionada para investigar a conduta e identificar possíveis responsáveis por quebra de sigilo ou uso indevido de material reservado.

A anulação das questões foi decidida pela comissão assessora encarregada da elaboração do exame. O Inep destacou que o Enem segue o modelo da Teoria de Resposta ao Item, que exige pré-testagens sigilosas com estudantes selecionados previamente, e reforçou que todos os protocolos de segurança foram adotados. A investigação agora busca esclarecer se houve violação de confidencialidade durante o processo.

A live que motivou as suspeitas foi transmitida no YouTube no dia 11 de novembro. Durante a transmissão, o estudante Edcley de Souza apresentou uma questão de Biologia sobre espécies restritas a determinados ambientes, tema que também apareceu na prova do Enem, com quatro das cinco alternativas reproduzidas de forma idêntica às utilizadas em seu curso. O universitário nega qualquer fraude e afirma ter utilizado apenas a chamada engenharia reversa, metodologia que parte da resolução de exercícios para aprofundar o estudo teórico. Em suas redes sociais, Edcley alegou que o método o ajudou a prever temas do exame e disse estar “democratizando a educação”.

O estudante também rebateu críticas de professores que o acusaram de plágio, afirmando que muitos desconhecem a técnica e que ela é comum em cursos de medicina e em outras áreas do ensino superior. Após a repercussão da live, que teve cerca de seis horas de duração, candidatos começaram a levantar suspeitas sobre possível vazamento da prova. Prints divulgados nas redes sociais passaram a acusá-lo de ter acesso antecipado a questões sigilosas do Enem e de compartilhá-las com alunos do curso preparatório que administra.

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