MEC pede mudança do horário de verão por causa do Enem 2018

O ministro da Educação, Rossili Soares, pediu para o atual presidente Michel Temer e à Casa Civil que o inicio do horário de verão seja adiado por causa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontecerá no mesmo dia da mudança, 4 de novembro. Com o choque das datas, o INEP acionou o MEC para o adiamento. Segundo os órgãos, existe a possibilidade de muitos candidatos se atrasarem para a prova, por não terem alterado seu relógio.

A principal dificuldade será garantir a logística na região Norte do país, em que determinados municípios ficam com até três horas de atraso em relação ao horário de Brasília. O deslocamento de equipes e provas teria que começar ainda de madrugada nesses locais. Em muitos deles só se chega de barco.

O MEC e o INEP não trabalham com a possibilidade de mudança na data das provas, isso porque toda a estrutura já está contratada, como aluguel de salas de aplicação do exame e rotas de transporte para escoar as provas. Não haveria tempo hábil para remontar toda a logística, avaliam técnicos do governo.

A data da prova do Enem foi definida em edital em março passado, com provas marcadas para 4 e 11 de novembro, primeiro e segundo domingo do mês. No pedido, é acionado à cúpula do governo que a mudança nos relógios só ocorra após o último dia de prova do Enem. A Presidência da República ainda não respondeu ao pedido.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp