Médica condenada por homicídio culposo de bebê de 1 ano no Hospital DE Sírio-Libanês: negligência e tragédia evitável.

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Uma médica foi condenada a 1 ano e 9 meses de detenção por homicídio culposo após a morte de um bebê de 1 ano no Hospital DE Sírio-Libanês, na região central de São Paulo. O caso ocorreu em abril de 2018, e a sentença foi divulgada nesta segunda-feira (19). A criança, que se preparava para um transplante de medula óssea, sofreu uma perfuração intestinal e não resistiu após mais de seis horas com dor abdominal intensa e sem avaliação médica presencial. O Hospital DE Sírio-Libanês e a médica foram procurados, mas não se manifestaram.

A 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo considerou que houve negligência por parte da médica Alessandra Araújo Gomes, responsável pelo caso, por não ter adotado as medidas adequadas diante da piora no quadro clínico da vítima. A pena de Alessandra foi substituída por prestação de serviços à comunidade e pagamento de R$ 151 mil aos pais da vítima. O G1 tentou contato com a defesa da médica e o Hospital DE Sírio-Libanês, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Segundo o processo, durante a infusão de um imunossupressor, a criança apresentou sinais de dor e distensão abdominal. Alessandra Araújo Gomes, designada para acompanhar o procedimento após a viagem do chefe da equipe médica ao exterior, estava em casa quando foi alertada pela enfermagem sobre a condição do paciente. Mesmo assim, ela optou por prescrever medicamentos sem uma avaliação presencial, sem solicitar exames de imagem e sem pedir a presença de outro médico.

O pai da criança relatou que o bebê passou horas gritando, chorando e se contorcendo de dor sem receber atendimento médico. A situação se agravou ao longo da madrugada, culminando em uma parada cardiorrespiratória. Um código de emergência foi acionado, e o bebê chegou a ser reanimado, mas não resistiu. Na denúncia, o Ministério Público destacou que a médica descumpriu o dever técnico de cuidado ao não garantir uma supervisão médica adequada durante um procedimento de alto risco.

O juiz Eduardo Pereira apontou que havia tempo para intervenção e recursos disponíveis que poderiam ter evitado o desfecho fatal. A ausência de avaliação médica impediu a adoção de uma conduta salvadora, resultando em uma tragédia que poderia ter sido evitada com a devida intervenção médica. O Hospital DE Sírio-Libanês, renomado na América Latina, foi mencionado como um local com recursos que poderiam ter sido utilizados para salvar a vida da criança, caso houvesse uma atuação adequada por parte da médica responsável, Alessandra Araújo Gomes.

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