Justiça autoriza médica ‘mais velha’ a participar de concurso da PM de Goiás

Uma médica, de 38 anos, conseguiu na Justiça o direito de se inscrever no concurso da Polícia Militar (PM) que impõe no edital a idade limite de 35 anos para concorrer às vagas de 2º tenente. O processo seletivo que termina na próxima segunda-feira (6), possuí 150 vagas e salário de até R$ 13,9 mil. Entretanto, a decisão cabe recurso.

De acordo com a liminar expedida pelo desembargador Anderson Máximo de Holanda, a justificativa apresentada para a limitação de idade não é clara ou suficiente. Além disso, ele afirmou que as liminares estão sendo cumpridas e que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) decidirá sobre as medidas cabíveis, se o Estado deve ou não recorrer da decisão. A Secretaria de Estado da Administração (Sead) também ressaltou que as liminares são individuais e não se estendem a outros candidatos, além da médica.

“Verifica-se que aludida limitação não se justifica, haja vista as atribuições do cargo pleiteado, o qual demanda o exercício da medicina no âmbito da Polícia Militar do Estado de Goiás, função que não pressupõe a jovialidade prevista no edital impugnado”, diz trecho da decisão.

Outro concurso

Uma situação semelhante ocorreu no concurso para o cargo de soldado de 2ª classe (combatente), com limite de 30 anos. Em maio, a Justiça de Goiás autorizou, por meio de liminar emitida no dia 27 de maio, que candidatos de 31 e 32 anos se inscrevessem. As inscrições foram encerradas no dia 30 de maio.

Nessa liminar, a defesa dos candidatos explica sobre uma possível falta de isonomia em dois editais referentes a cargos com atribuições semelhantes: o de soldado e o de cadete. Ambos os documentos foram publicados no dia 8 de abril. No entanto, enquanto o primeiro limita inscritos entre 18 a 30 anos, o segundo permite a candidatura de pessoas entre 18 e 32 anos.

“Os aludidos editais não observaram o princípio da isonomia. As atribuições dos dois cargos são as mesmas, motivo pelo qual, deve-se zelar pela isonomia, aplicando-se a lei mais benéfica”, explica a liminar.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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