Médica é indiciada por homicídio após morte de criança por picada de escorpião em MG

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Médica é indiciada por homicídio culposo após morte de criança picada por escorpião em MG

Menino de 4 anos morreu em 2023 após atendimento em hospital de Itanhomi. Soro antiescorpiônico estava disponível, mas não foi aplicado.

Diário do Estado de Minas Gerais indiciou, nesta terça-feira (17), uma médica de 45 anos por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — pela morte de uma criança de 4 anos, em setembro de 2023, em Itanhomi, no Vale do Rio Doce.

A criança foi levada ao hospital da cidade após ter sido picada por um escorpião. Mesmo com sintomas e a recomendação de outros profissionais, o soro antiescorpiônico não foi administrado — embora estivesse disponível na unidade. Segundo a investigação, a médica optou por manter o menino em observação e, em seguida, liberá-lo.

Preocupada com o estado da criança, a família decidiu transferir o menino para Governador Valadares, a cerca de 54 quilômetros de distância, onde ele foi internado na UTI pediátrica. O menino não resistiu e morreu no dia seguinte.

O caso foi investigado ao longo dos últimos meses. O Diário do Estado de Minas Gerais ouviu testemunhas, colheu documentos e realizou perícias técnicas. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) confirmou que a morte foi provocada pela picada e apontou negligência médica no atendimento inicial.

A corporação afirmou que a conduta da médica contrariou protocolos do Ministério da Saúde e desconsiderou a vulnerabilidade da vítima. Por isso, além do indiciamento por homicídio culposo, o Diário do Estado representou pela suspensão cautelar do exercício profissional da médica, por considerar que ela demonstrou despreparo técnico e psicológico.

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, que devem decidir sobre o eventual afastamento da médica e o oferecimento de denúncia.

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