Médica enfrenta desafios do tráfico para atender comunidades no Amazonas

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Médica enfrenta falta de estrutura, logística precária e até o tráfico para atender comunidades isoladas no Amazonas

A ação aconteceu em comunidades ribeirinhas de Tarumã-Açu, em Manaus, no Amazonas. A médica pediatra Bruna Giacomelli Moraes Carraro, de 40 anos, ao lado de uma equipe de profissionais da saúde, acordava cedo, organizava os materiais no barco e seguia para comunidades que muitas vezes não tinham acesso a serviços básicos.

Baixada em Pauta: Bruna Giacomelli Moraes Carraro é a convidada da semana

A médica pediatra Bruna Giacomelli Moraes Carraro, de 40 anos, deixou Santos, no litoral de São Paulo, para participar de uma missão humanitária em comunidades ribeirinhas de Tarumã-Açu, em Manaus, no Amazonas. Por se tratar de uma região dominada pelo tráfico, precisou pedir autorização para entrar em alguns locais. Mesmo diante do risco, disse ter escolhido o destino pelas perspectivas que poderia abrir no futuro.

A ação foi realizada em setembro deste ano pelo projeto Guardiões do Futuro, criado por Bruna em parceria com outros residentes de Pediatria. A iniciativa também reúne médicos de diferentes especialidades, além de dentistas e enfermeiros.

Durante uma semana, a equipe esteve em comunidades da região Norte do país, oferecendo atendimento médico e odontológico a moradores que, em muitos casos, não têm acesso a serviços básicos de saúde. Todo o trabalho foi realizado com recursos e medicamentos fornecidos pelos próprios profissionais.

A rotina era intensa. Os médicos acordavam cedo, organizavam os materiais no barco e seguiam para as comunidades.

A jornada pela Amazônia foi contada pela médica em conversa com o jornalista Matheus Müller durante o podcast Baixada em Pauta. Durante o bate-papo, ela relatou os desafios e perrengues enfrentados no local, usado como rota de tráfico, além da trajetória profissional e projetos sociais futuros.

De acordo com Bruna, as maiores dificuldades foram a infraestrutura precária, a logística de transporte e a limitação de recursos, o que obrigou a equipe a ser criativa na hora de oferecer o atendimento.

Toda a missão foi planejada pelo projeto, mas Bruna relatou um ‘imprevisto’: a equipe não havia considerado que poderia esbarrar na rota de tráfico da região. Para acessar as comunidades, os profissionais precisaram de autorização e ainda enfrentaram um episódio em que moradores pediram socorro diretamente no barco deles.

Bruna afirmou que a oportunidade de ir para a Amazônia foi apenas o primeiro impulso do projeto. De acordo com ela, a expectativa é que os médicos possam ajudar pela região da Baixada Santista também.

Formada há 16 anos em Medicina, Bruna é especialista em Pediatria e atua como coordenadora da residência médica da área na Santa Casa de Santos. Ela também é concursada da prefeitura de São Vicente, tem um consultório particular e é professora universitária.

Ela contou que sua carreira começou pelo desejo de cuidar de crianças e famílias. “Sempre tive no coração a missão de ser pediatra, então desde a faculdade foquei na formação médica e, depois da residência, mergulhei não só na assistência, mas também na educação e na gestão em saúde”.

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