Médica presa por mandar matar farmacêutica buscava assumir papel de mãe da filha, revela delegado

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Médica presa por mandar matar farmacêutica queria assumir papel de mãe da filha
da vítima, diz delegado

Claudia Soares Alves foi detida em Itumbiara, cinco anos após o assassinato da
farmacêutica Renata Bocatto Derani, em Uberlândia (MG). A médica foi casada com
o ex-marido de Renata e também é investigada por sequestro de bebê em
maternidade.

A médica neurologista Claudia Soares Alves, presa na quarta-feira (5) em
Itumbiara (GO), suspeita de mandar matar a farmacêutica Renata Bocatto Derani, em Uberlândia (MG), queria assumir o papel de mãe da filha da vítima, segundo a Polícia Civil.

De acordo com o delegado Eduardo Leal, a médica foi casada com o ex-marido de
Renata e devido à relação teve contato com a filha da vítima.

“Ela começava a ditar como a criança deveria se vestir, como a criança deveria
se portar, e inclusive tomou algumas medidas criminais contra a mãe alegando que
a mãe poderia estar abusando da criança. Ela fez falsas comunicações de crime em
relação à mãe para que perdesse o poder familiar e ela assumisse a maternidade
da criança”.

Segundo a Polícia Civil, ao perceber a postura da médica, a mãe da criança pediu
para o ex que a filha não convivesse com ela. No entanto, a neurologista não
estava mais casada com o pai da criança quando o crime, motivado pela obsessão
de Claudia em ser mãe de uma menina, ocorreu.

“Ela foi casada com o ex-marido da vítima e havia acabado de se separar. Na
verdade, ele conheceu a médica e em dois meses se casou, mas com dois meses de
casado se separou. Ele percebeu que ela era uma pessoa desequilibrada e quis a
separação. Ele tinha medo de morrer e escondia uma faca em certas ocasiões por
medo dela”, afirmou Eduardo Leal.

Ainda conforme a Polícia Civil, para o crime, Claudia solicitou a ajuda de um
vizinho e do filho dele, ambos presos na quarta-feira. Os investigadores ainda
apuram se a dupla recebeu dinheiro para matar a farmacêutica e o valor que teria
sido pago.

A médica também é acusada de falsidade ideológica e tráfico de pessoas após sequestrar uma recém-nascida de uma maternidade em Uberlândia. A bebê foi
encontrada no dia seguinte.

Claudia Soares Alves é neurologista e ex-professora da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU). Em 2020, ela foi presa após sequestrar um recém-nascido dentro de uma
maternidade da cidade.

Na época, a médica usou documentos falsos para tentar registrar a bebê como
filha. Desde março deste ano, respondia aos processos em liberdade e havia sido
demitida da UFU.

Segundo a Polícia Civil, Claudia sempre demonstrou comportamentos obsessivos e
apresentava desejo compulsivo de ser mãe de uma menina, embora já tivesse um
filho.

Durante coletiva de imprensa em Uberlândia, o delegado
Eduardo Leal informou que a médica realizou tratamentos para engravidar, mas não
conseguiu. E, após as tentativas frustradas, teria recorrido a adoções
irregulares com documentos falsos e até oferecido dinheiro para comprar uma
recém-nascida na Bahia.

A médica foi presa em Itumbiara durante uma operação da Polícia Civil de Minas
Gerais, em parceria com a Polícia Civil de Goiás.

De acordo com o delegado Eduardo Leal, Claudia teria planejado o assassinato de
Renata para ficar com a filha da vítima. Ainda conforme o delegado, na casa da
investigada, a Polícia Civil encontrou um quarto pintado de rosa, com várias
roupas de criança pequena, um berço e uma bebê reborn dentro.

O delegado regional da Polícia Civil, Gustavo Anai, destacou que a operação é
resultado do trabalho iniciado ainda em 2020, quando surgiram denúncias ligando
a médica a outros crimes após o sequestro na maternidade da cidade.

Renata Bocatto Derani, de 38 anos, foi morta a tiros na manhã de 7 de novembro
de 2020, quando chegava para trabalhar em uma farmácia no Bairro Presidente
Roosevelt, em Uberlândia.

Câmeras de segurança registraram o momento em que o criminoso se aproximou e fez
pelo menos cinco disparos no tórax, pescoço, ombros e nádegas.

Uma testemunha contou que Renata tentou se defender e pediu para não ser morta,
mas o homem continuou atirando.

Uma câmera de segurança mostrou o assassino abordando Renata. Antes de fugir, o autor deixou uma sacola com objetos e uma carta com ofensas à
vítima.

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