Médica presa por planejar assassinato em MG: linha do tempo da investigação. Veja o caso envolvendo Claudia Soares Alves.

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Desejo de ser mãe e obsessão por família perfeita: Veja a linha do tempo da médica suspeita de mandar matar farmacêutica em MG

Claudia Soares Alves é suspeita de planejar o assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Denari, em 2020. A médica foi presa cinco anos após o crime, enquanto respondia em liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica, pelo sequestro de uma recém-nascida em 2024.

Médica é presa em Itumbiara suspeita de mandar matar farmacêutica em Uberlândia
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Médica é presa em Itumbiara suspeita de mandar matar farmacêutica em Uberlândia

Falsidade ideológica, tráfico de pessoas e envolvimento no assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Denari. Esses são alguns dos crimes que a Polícia Civil relacionou à médica Claudia Soares Alves, que desde 2020 é movida pelo desejo incontrolável de ser mãe de menina.

Segundo a investigação, Claudia idealizava uma “família perfeita” e decidiu realizar o sonho a qualquer custo.

“Identificamos que a Claudia fazia um tratamento para engravidar porque ela tinha o sonho de ser mãe de menina. Ela fazia qualquer coisa para isso. Ela idealizava a família perfeita, por isso queria o marido e a filha da farmacêutica”, disse o delegado Eduardo Leal.

Para entender todos os desdobramentos do caso, o Diário do Estado preparou uma linha do tempo com os principais crimes e acontecimentos que marcam o caso de Claudia desde 2020, com base em informações divulgadas pela Polícia Civil. Confira abaixo.

A reportagem tentou contato com a defesa de Claudia Soares Alves, mas não houve retorno até a última atualização da matéria.

Claudia Soares Alves, de 42 anos, é a médica suspeita de mandar matar farmacêutica em Uberlândia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Claudia Soares Alves, de 42 anos, é a médica suspeita de mandar matar farmacêutica em Uberlândia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

LINHA DO TEMPO

Plano para assumir maternidade

Médica neurologista, Claudia conheceu o ex-marido da farmacêutica Renata Bocatto Derani em 2020;
Com dois meses de relacionamento, o casal se casou;
Segundo a Polícia Civil, o fato de o homem ter uma filha chamou a atenção da médica;
Durante o casamento, a filha do homem com a farmacêutica passou a frequentar a casa da médica, que começou a assumir um papel materno na vida da menina;
Claudia quis ditar como a criança deveria se vestir e agir, além de tomar medidas judiciais contra a mãe da menina, alegando falsamente que a farmacêutica estava abusando das filhas;
O objetivo dela, segundo as investigações, era assumir a maternidade da criança;

Comportamento estranho

Ao perceber o comportamento estranho da médica, a farmacêutica proibiu que a filha fosse à casa do pai quando Claudia estivesse presente;
Durante o casamento, o marido de Claudia notou comportamentos estranhos dela.
Ele acreditava que ela tinha algum transtorno grave e sentiu medo de morrer, chegando a esconder facas dentro de casa para se proteger;
Com cerca de 2 meses de casados, o homem decidiu se separar de Claudia;

O assassinato

Em 7 de novembro de 2020, Claudia e os vizinhos saíram de Itumbiara por volta de 5h da manhã;
Eles chegaram em Uberlândia antes das 7h, o horário que a farmacêutica chegava ao trabalho;
Na ocasião, um dos suspeitos abordou a vítima em uma moto e entregou um pacote a ela;
No embrulho continha um objeto de cunho sexual e uma carta que, segundo a investigação, foi uma tentativa de despistar a polícia levando os investigadores a acreditarem que a motivação do crime fosse passional;
Renata foi atingida por diversos disparos de arma de fogo enquanto abria o pacote;
Logo após o crime, Claudia e os vizinhos retornaram à Itumbiara, chegando na cidade por volta de 9h;
Ainda para tentar enganar os investigadores, a médica criou um álibi, alegando que tinha uma consulta médica às 7h, mas a Polícia Civil comprovou que essa informação era falsa;
A investigação apontou que a motocicleta usada no crime estava registrada no nome do filho do vizinho da médica, o que reforçou o envolvimento deles no assassinato;

Sequestro de recém-nascida

Quase quatro anos após o assassinato, a médica divulgou no dia 13 de maio de 2024, que tomou posse como professora na UFU;
Conforme a Polícia Civil, no mesmo ano Claudia tentou comprar uma criança de famílias vulneráveis na Bahia, mas não conseguiu;
Sem sucesso na compra, na noite do dia 23 de julho de 2024, Cláudia sequestrou uma recém-nascida do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU);
Segundo a Polícia Civil, a médica se aproveitou do cargo na instituição apresentando o crachá para acessar o hospital.
No quarto da vítima, ela se apresentou como pediatra e pegou a bebê, que tinha nascido apenas três horas antes;
A mulher saiu da porta do hospital com a bebê e fugiu em um carro vermelho;
Segundo a polícia, quando os pais notaram a demora da recém-nascida ser devolvida à mãe, o sistema de segurança do hospital foi acionado, mas a médica já havia fugido;
Depois que entrou no carro, a médica dirigiu da maternidade até a casa dela, no Jardim Morumbi, em Itumbiara. O trajeto tem cerca de 135 km e leva em torno de 2h40 para ser feito;
De acordo com o delegado Anderson Pelágio, assim que a Polícia Civil de Goiás recebeu as informações sobre o sequestro, identificou o endereço da suspeita e foi até a casa dela já no dia 24 de julho. Lá, os policiais encontraram uma empregada doméstica, que trabalha para Claudia, cuidando da recém-nascida, e a médica não estava em casa;
Parte da equipe resgatou a bebê e a levou imediatamente ao Hospital Municipal de Itumbiara, onde a menina passou por exames. Enquanto isso, outra parte da equipe continuou na casa de Claudia, aguardando ela chegar;
Assim que a médica retornou, os policiais a abordaram e encontraram dentro do carro dela um grande enxoval para uma bebê do sexo feminino, com peças novas, fraldas, banheira e até piscina infantil;
Em seguida a médica foi presa e levada para uma penitenciária em Orizona (GO);

Prisão pela morte de farmacêutica

No dia 5 de novembro de 2025, Claudia respondia pelo sequestro da recém-nascida em liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica, quando foi novamente presa por envolvimento no assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Denari;
Durante buscas em sua residência, os policiais encontraram um quarto rosa totalmente preparado para receber uma criança, com um berço e uma boneca reborn embrulhada como se fosse um bebê dormindo;
Atualmente, Cláudia está presa preventivamente no Presídio Pimenta da Veiga, em Uberlândia;
A prisão, inicialmente temporária por 30 dias, pode ser prorrogada por mais 30, conforme o andamento das investigações.

Entenda todos os detalhes do caso envolvendo a médica Claudia Soares Alves, que chocou o Brasil. Saiba mais sobre os desdobramentos e as investigações em curso.

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